quarta-feira, 3 de setembro de 2014

LAMENTO DAS ÁGUAS


Amigo que passa em águas escuras,
tão frágil, procura o caminho do mar,
vidas inocentes, tantas mortes prematuras,
De mentes: insanas, dementes e impuras.

Nas entranhas das pedras um cheiro feroz,
matando você, matará todos nós,
cobiça semeando sede,
onde havia rede, só existe dor.

Algoz é o que seremos do futuro,
banidos e nulos, se o suor nossa mão não molhar,
filhos da indiferença, cativos do destino,
do pouco ou quase nada que ainda restar.

É preciso renascer...
Respirar alienado da gana irracional.
É preciso sobreviver...
Libertar a nascente pequenina,
Que, lá do alto, bem do alto da colina,
irá descer e desaguar águas límpidas, cristalinas,
que nos farão viver.

Ainda há chance, ainda há chance...
É o momento de mudar,
ainda há tempo, ainda há tempo...
É o momento de acordar,
não deixar que o rio passe e vá embora,
enquanto a vida ficar.

Poesia: Serjão Missiaggia (abril-2003)
Foto   : Dalmo Filho

2 comentários:

BRIGADU, GENTE!

BRIGADU, GENTE!
VOLTEM SEMPRE, ESTAMOS ESPERANDO... NO MURINHO DO ADIL