Pegando uma carona nessa bela e emocionante postagem de meu parceiro e amigo Jorge Marin, intitulada MEDO DE CAMALEÃO, não tive como deixar de lembrar quando, em 1976, distanciei-me também da terrinha, pra tentar vida nova em outra cidade. Resisti não mais que vinte dias, trazendo na bagagem estas linhas escritas em uma de minhas longas noites de saudade e distante da própria vida:
Parti pra longe, levei saudade,
Daquele amor levei a imagem,
Até recordo a paisagem,
Na viagem do pensar.
Recordo o céu que me cobria,
Até um sol que me sorria,
E a natureza me dizia,
Partir eu ia pra longe andar.
E o luar em que eu ficava,
De tão lindo até cantava,
Pois a lua me olhava,
Se eu estava a chorar.
Vivo agora aquela infância,
Carregando uma esperança,
Meu pensar é minha herança,
Daquela ânsia de voltar.
Se eu pudesse olhar em volta,
E sentir que mais importa,
Veria tudo em linhas tortas,
Esperança morta de tocar.
Mas o tempo não me cessa,
Vou correndo vou depressa,
Que uma hora... Hora dessas,
Não me impeças de voltar.
Poesia e foto: Serjão Missiaggia, 1976.
A alma de poeta absorve e traduz a vida com mais lucidez e beleza...
ResponderExcluirLindo poema!
Parabéns Serjão.
Essa poesia do Serjão é emblemática, pois uma coisa que sempre nos causou estranheza é essa compulsão de querer voltar, ou pelo menos estar perto, de São João Nepomuceno. Hoje, podemos considerar essa "ânsia de voltar" como um sentimento legítimo e justificável.
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