sexta-feira, 12 de setembro de 2014

EU QUERO ANULAR O MEU VOTO !!!


Pitombenses e pitombensas, eu quero ANULAR o meu voto.

E, antes que os apedrejadores de plantão comecem a me malhar, vou logo explicando o motivo: na semana passada, lendo o BLOG HisoriaS do nosso amigo Sylvio Bazote (link http://historiasylvio.blogspot.com.br/2014/09/eleicoes-2014.html) fiquei sabendo, quase aos sessenta anos, que o voto nulo, no Brasil, não vale nada.

Pelo que aprendi, a coisa funciona assim: suponhamos que você tenha três candidatos a Presidente para escolher num país com cem eleitores. Um deles você simplesmente não suporta por motivos ideológicos (é, gente, esses motivos ainda existem). O outro candidato você está decepcionado porque confiou no partido dele, e tal partido se revelou tão sujo e corrupto como os outros. Finalmente, o terceiro candidato é um daqueles representantes do coitadismo que nos assola: pobre, humilde, com um discurso certinho demais, idealista demais, mas que só é candidato porque o que seria mesmo candidato morreu antes da eleição. Vejam que qualquer semelhança com fatos ou pessoas da vida real é mera coincidência.

Bom, mas lá nesse país eu faço uma campanha no meu Blog, e o candidato ideologicamente condenado por mim recebe 10% dos votos; o candidato do partido questionável, 20%; e o candidato politicamente correto, 19%. Mas... SURPRESA! A minha campanha no Blog deu certo e tivemos 51% de VOTOS NULOS. O que acontece? No meu mundo hipotético e ideal, o TSE convocaria novas eleições reconhecendo que a maioria dos eleitores não quer que nenhuma daquelas três pessoas seja eleita.

Mas, e no Brasil? No Brasil, com os números do exemplo acima, os dois últimos candidatos iriam para um segundo turno e DESRESPEITARIAM a vontade de 72.266.557 brasileiros! E nós, que vimos, e muitos participamos, daquelas manifestações de protesto do ano passado, sabemos o quanto os brasileiros estamos decepcionados com a classe política.

Para quem pensa que votar nulo é retrocesso, basta se mirar na nação tida como a mais democrática do mundo, os Estados Unidos. Lá, para início de conversa, votar não é obrigatório: vota quem quer votar! Na cédula, abaixo dos candidatos do partido republicano e democrata, consta o nome de alguns gatos pingados (como os que existem aqui) e UM CAMPO COM A EXPRESSÃO “WRITE-IN”. Ou seja, preencha aqui. E sabem qual o candidato que recebeu mais votos nos últimos sessenta anos? Foi o Mickey Mouse. É lógico que há os seus perigos: na campanha da eleição de 2000, por exemplo, Al Gore e George Bush ficaram praticamente empatados, e porque muita gente (3%) votou no Mickey Mouse, receberam o castigo de ficar emBUSHados por quatro anos.

Ah, ia esquecendo uma coisa: na Rússia, hoje outra democracia do mundo moderno, existe um campo na cédula, do tipo das questões do vestibular, com um quadrinho indicando N.C.A.: nenhum dos candidatos acima. Ou seja, até na Rússia, que é democracia há bem menos tempo do que nós, o voto de repúdio é respeitado.

Refraseando o meu título, na verdade eu não quero votar NULO, mas eu quero ter esse direito!

Crônica: Jorge Marin
Foto     : Revista Veja disponível em http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/politica-cia/charge-adiante-protestar-e-depois-votar-mal/

Um comentário:

  1. Um processo eleitoral, para ser realmente democrático, tem que oferecer ao eleitor todas as possibilidades possíveis: votar num(a) determinado(a) candidato(a), deixar seu voto para qualquer um através do voto em branco ou votar em ninguém através do voto nulo . Isso não acontece no Brasil atualmente!
    O voto em branco deveria ser novamente destinado aos mais votados e o voto nulo ser computado como opção de desejo de invalidar o atual turno eleitoral. No caso de mais de 50% dos eleitores anularem seus votos – afirmando que não se sentem representados pelos candidatos do pleito – novas eleições seriam realizadas, no menor prazo possível, com novos candidatos, podendo repetir os antigos candidatos, havendo a possibilidade de novas mentalidades entrarem na disputa pelo governo. Tal processo se repetiria quantas vezes fosse necessário até que fossem eleitos candidatos por maioria de votos dentro de, no mínimo, 50,01% dos votos validados por ausência de anulação. Um processo eleitoral nestes moldes daria mais trabalho e seria mais oneroso, mas garantiria uma representação mais confiável da população na política.

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