sexta-feira, 21 de junho de 2013

A CASA DOS MEUS SONS 2


Passando pela Rua Dr. Gouvêa, onde fui tirar algumas fotos do prédio do Hospital para uma futura postagem aqui no Blog, uma energia positiva e gostosa me fez sentar num daqueles degraus do passeio do Coronel e ficar à distância curtindo essa casa.  Na verdade, um momento único, que me fez,  simplesmente, esquecer por instantes a foto do hospital e ficar ali sentado me divertindo. Por sinal, esse mesmo lugar já foi aqui no Blog cantarolado em prosa e verso em postagens anteriores (Numa Sexta Qualquer do Passado e Um Grupo Chamado Pitomba).

Falando em Pitomba, foi exatamente nesse varandão que, certa vez, fizemos aquele som no qual, de tanto tomarmos “refrigerante”, terminaríamos o baile com apenas DOIS componentes. Não sei por que cargas d’água, mas, infelizmente, não fui um deles.  Muita CARGA talvez, mas não foi de ÁGUA não. Descer aquela escadinha de acesso ao terraço, então, meu amigo, foi um Deus nos acuda, sendo que, a maioria que se aventurava a fazê-lo, não mais subia!

Quantas sextas-feiras, nesse passeio de frente à casa, fiquei, juntamente com os demais integrantes do QUARTETO NEPOPÓ, sentado com violões durante a noite, esperando somente as onze badaladas do relógio da Igreja para iniciarmos as famosas SERENATAS. Falando em relógio, fiquei pasmo ao saber que o SINO da Matriz estaria incomodando algum morador e justamente numa época em que os SONS AUTOMOTIVOS vêm fazendo tremer as paredes de nossas casas. Vai entender o paradoxo!  Bem, mas isso é outro assunto que também já abordamos aqui no Blog (TENTANDO ESCUTAR O SILÊNCIO) e que voltaremos a falar novamente em breve.

Mas, voltando a CASA DOS MEUS SONS, nesse mesmo passeio, por muitas vezes, principalmente em época de calor, fizemos ecoar belas canções envolvidas num vocal diferenciado e muitíssimo bem ensaiado. A coisa fluía de maneira tão legal, que fazia a vizinhança abrir as janelas pra que o som pudesse também entrar em suas casas.
Ainda sinto o delicioso cheiro do cafezinho coado pela Tia Adail que, exalando pela casa, vinha quase sempre acompanhado pelo não menos inesquecível aroma do cachimbo do meu tio.

Na sala de visitas, muitas prosas e ensaios rolavam sendo que muitos deles acompanhados pela agradável companhia do Tio. E ele não resistia mesmo!!!! Pulava logo da cama ao escutar nossos primeiros acordes. Muitas vezes, já tarde da noite, vinha participar conosco e com muito humor, também cantava, dava seus pitacos e somente retornava pra cama quando saíssemos para encarar aquelas belas madrugadas.

Foi nessa casa que vivenciamos muitas noites inesquecíveis, que antecederiam aquelas divertidas excursões, desfiles de dezesseis de maio e sete de setembro, quando lá nos reuníamos para tentar dormir.  Digo tentar porque curtir aquela gostosa expectativa em poder viajar com o Ginásio ou desfilar com a fanfarra no outro dia, era tudo de bom. O negócio então era sapecar aquele violão noite adentro e deixar o tempo passar.

Assistir sessão da tarde, dia sim e outro também, era pra mim e meu primo, uma difícil tarefa a ser cumprida. Alguns pequenos cochilos, que esticavam algumas poucas horas, quase sempre nos impediam de saber até mesmo que filme teria sido exibido. Somente depois de saborear aquele pãozinho com manteiga, que íamos ESTUDAR, ou seja, ESTUDAR o que iríamos fazer a seguir. Enfim... Ninguém é perfeito!

Bem!  Mas o assunto hoje é outro e deixa-me acabar de subir o morro para fotografar o Hospital.


Crônica e foto: Serjão Missiaggia

Nenhum comentário:

Postar um comentário

BRIGADU, GENTE!

BRIGADU, GENTE!
VOLTEM SEMPRE, ESTAMOS ESPERANDO... NO MURINHO DO ADIL