sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

MEMÓRIAS DA SANTA FÉ: 3 - Cafezin na caneca


NA SEMANA PASSADA, uma caçada noturna – e sorrateira – às rãs da Fazenda Santa Fé foi uma das aventuras mais incríveis e mais triunfantes que guardamos em nossos corações, até que... vocês se lembram: Tio Gaby e sua (naquele instante) terrível Rural Willys azul!

Vocês pensam que, face a essa “esfrega”, tomamos juízo?  Talvez um pouco, mas só durou até o verão...

Fugir pra nadar no rio do Periclizinho e percorrer aquelas fantásticas trilhas deixadas pela boiada nas montanhas era também, fascinante. Eu e o primo que o diga! Passávamos o dia correndo pelo pasto explorando cada centímetro desses caminhos, numa constante e inesquecível troca de energia entre o corpo e a mãe natureza.

Ir até a casa do Sô Waldemar era pra nós como ir ao fim do fim do mundo. Um místico lugar encravado um pouco mais afastado da sede. Ainda não exista a subestação da Energisa juntamente com a estrada asfaltada e Country Trombeteiros. Chegar lá, em tempo de chuva, somente com a super-rural do Tio Gaby tracionada nas quatro rodas e muita reduzida.

Éramos sempre muito bem recebidos pelo Sô Mané Catarina, que, por um longo período, morou numa casinha ao lado da sede. Oferecia-nos, sempre quando lá chegávamos, aquele café quentinho que acabara de ser coado no fogão a lenha. Era muito interessante saborear o cafezinho servido naqueles canecões artesanais feitos de latas.

Uma infinidade de galinhas poedeiras, garnisés, muitos patos e galinhas d’angola ficavam a nos fazer companhia, mas quem mandava mesmo no pedaço eram os belos e temíveis GANSOS!  Verdadeiros cães de guarda que ficavam a grasnar e a nos perseguir, querendo pegar a todo custo, nossos calcanhares e outras inusitadas regiões mais impróprias.

Eram dias calmos: perdíamos a noção do tempo, e era certo que ele não passava.  A sucessão dos acontecimentos não era regida por ponteiros, mas pela fome, porém mesmo esta tinha solução imediata: mangueiras, jabuticabeiras, laranjeiras estavam ali, à nossa disposição, sem contar as broas de fubá, o leite gordo tirado agorinha mesmo e frutas que nossos filhos e netos não conhecem, como amoras, pitangas e carambolas.

Semana que vem, o passeio continua...

Crônica: Serjão Missiaggia
Foto: Leônidas Santana, disponível em http://www.flickr.com/photos/leonidas2009/6694660767/

Um comentário:

  1. Boas recordações..
    Lembro-me com carinho do sr Valdemar.
    Quanto ao sr Mané Catarina, sabia que ele veio da Fazenda de São Francisco? Ele tomou conta de mim quando eu era pequenina. Lembro-me dos passeios que ele fazia comigo e pelas conversas que travávamos. Ensinou-me muita coisa sobre a natureza e participava das minhas estórias como se fossem verdadeiras.
    Que Deus os tenha. Almas boas.
    Mika

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