NA SEMANA PASSADA, uma caçada noturna – e sorrateira
– às rãs da Fazenda Santa Fé foi uma das aventuras mais incríveis e mais triunfantes
que guardamos em nossos corações, até que... vocês se lembram: Tio Gaby e sua
(naquele instante) terrível Rural Willys azul!
Vocês pensam que, face a essa “esfrega”, tomamos
juízo? Talvez um pouco, mas só durou até
o verão...
Fugir pra nadar no rio do Periclizinho e
percorrer aquelas fantásticas trilhas deixadas pela boiada nas montanhas era
também, fascinante. Eu e o primo que o diga! Passávamos o dia correndo pelo
pasto explorando cada centímetro desses caminhos, numa constante e inesquecível
troca de energia entre o corpo e a mãe natureza.
Ir até a casa do Sô Waldemar era pra nós como
ir ao fim do fim do mundo. Um místico lugar encravado um pouco mais afastado da
sede. Ainda não exista a subestação da Energisa juntamente com a estrada asfaltada
e Country Trombeteiros. Chegar lá, em tempo de chuva, somente com a super-rural
do Tio Gaby tracionada nas quatro rodas e muita reduzida.
Éramos sempre muito bem recebidos pelo Sô
Mané Catarina, que, por um longo período, morou numa casinha ao lado da sede. Oferecia-nos,
sempre quando lá chegávamos, aquele café quentinho que acabara de ser coado no
fogão a lenha. Era muito interessante saborear o cafezinho servido naqueles
canecões artesanais feitos de latas.
Uma infinidade de galinhas poedeiras, garnisés,
muitos patos e galinhas d’angola ficavam a nos fazer companhia, mas quem
mandava mesmo no pedaço eram os belos e temíveis GANSOS! Verdadeiros cães de guarda que ficavam a
grasnar e a nos perseguir, querendo pegar a todo custo, nossos calcanhares e
outras inusitadas regiões mais impróprias.
Eram dias calmos: perdíamos a noção do tempo,
e era certo que ele não passava. A
sucessão dos acontecimentos não era regida por ponteiros, mas pela fome, porém
mesmo esta tinha solução imediata: mangueiras, jabuticabeiras, laranjeiras
estavam ali, à nossa disposição, sem contar as broas de fubá, o leite gordo
tirado agorinha mesmo e frutas que nossos filhos e netos não conhecem, como amoras,
pitangas e carambolas.
Semana que vem, o passeio continua...
Crônica: Serjão Missiaggia
Foto: Leônidas Santana, disponível em http://www.flickr.com/photos/leonidas2009/6694660767/
Foto: Leônidas Santana, disponível em http://www.flickr.com/photos/leonidas2009/6694660767/
Boas recordações..
ResponderExcluirLembro-me com carinho do sr Valdemar.
Quanto ao sr Mané Catarina, sabia que ele veio da Fazenda de São Francisco? Ele tomou conta de mim quando eu era pequenina. Lembro-me dos passeios que ele fazia comigo e pelas conversas que travávamos. Ensinou-me muita coisa sobre a natureza e participava das minhas estórias como se fossem verdadeiras.
Que Deus os tenha. Almas boas.
Mika