sexta-feira, 17 de agosto de 2012

NOSSO INTERIOR V


Continuamos nossa viagem pelo interior, pelo nosso querido interior...

Pagar depois quando não se tem dinheiro SOMENTE acontece aonde?  Justamente, é aqui na terrinha!  Se bem verdade que, muitas vezes, não acontece o DEPOIS.  Mas isso é outra historia.  Eu mesmo, na oficina, já dancei “bunitim” várias vezes, ou seja: o velho golpe sentimental da última folha de cheque ou de que estaria passando por acaso em frente à oficina e resolveu dar uma paradinha pra perguntar se estaria pronto. E por aí vai.  Então, dito pelo não dito, mesmo sendo aqui na terrinha, sugiro receber à vista.

E, por falar em oficina, fico sempre intrigado com a quantidade de vendedores ambulantes que aparecem pra tentar me vender algo.  Fico mais intrigado ainda com o dia ou o momento em que aparecem. Tem um vendedor de capas para sofá de automóveis que todo ano me visita, na expectativa de que eu compre um carro para, finalmente, comprar a capa dele.  Mas a resposta é sempre a mesma, ou seja, capa sem carro não dá!  O cara sai rindo prometendo voltar no próximo ano.  Ainda costuma arriscar: “quem sabe, comprando a capa, não atrai o carro?”

Meses atrás, passei um dia inteiro fazendo contas, pois havia estourado meu orçamento e já estava prestes a acontecer o mesmo com meu cheque especial.  E eis que aparece um sujeito querendo me vender... COFRES.  E, pelo mostruário, só havia cofrão com mais de um metro de altura.  Acho, sinceramente, que esse cara tá de sacanagem comigo.  Enfim...

Já repararam que o único lugar do planeta em que você recebe um cumprimento de motoqueiro que está coberto com o capacete na cabeça e de um motorista que está com aquela película escura no vidro do automóvel, é aqui no interior?  Na cidade grande, eles geralmente te assaltam ou, no mínimo, atropelam.  Mas aqui, com raras exceções, ficamos mesmo é com cara de tacho, sem saber quem está a nos cumprimentar.  Pelo menos, por enquanto, não pretendo ficar decorando placas de veículos. E tem mais: aquele que primeiro descobrir e fabricar um capacete transparente ficará rico.  Aqui no interior.

Mas fiquem por aqui pois, na semana que vem, vou ensinar uma simpatia para perder peso nas balanças das farmácias.  Inté!

(Crônica: Serjão Missiaggia)
Foto: Tiril Terrorist, disponível em http://browse.deviantart.com/?qh=&section=&q=safes#/d29ok2d

2 comentários:

  1. Serjão, vc. é formidável! Quem mora no interior, principalmente aqui, sabe que suas crônicas são a pura VERDADE.
    Parabéns!
    Edna Maria Missiaggia Picorone

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  2. Gostei do capacete transparente. Boa idéia!... Muito boa mesmo.
    Muitos problemas seriam evitados...
    E o cofre? Vai comprar?

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