sexta-feira, 29 de junho de 2012

(DES)APERTEM OS CINTOS QUE O VASO SUMIU - Capítulo 2


Arte digital por Nowand4ever

NO CAPÍTULO ANTERIOR, após uma caprichada FEIJOADA na casa da sogra, e de uns suspeitos TIRAGOSTOS no Bar do Tchan, estava eu com meus cólons ascendente, transverso e descendente um tanto quanto, digamos, DENSAMENTE populosos quando acordei para viajar até Belo Horizonte.
Nesta época, tinha o doentio costume, principalmente em dias de viagem, de fumar um cigarrinho básico pela manhã e me dirigir AO BANHEIRO.  Mas, desta vez, devido ao atraso em me levantar, passei EM BRANCO (Ô DÓ!).  Desta forma, sem mesmo me despedir da família, saí correndo em direção à rodoviária, que, para minha sorte, ficava  bem pertinho aqui de casa. Alguns roncos estranhos e uma suave COLICAzinha na barriga começavam a me deixar grilado e eu, já sentado dentro do ônibus, via o motorista dar a partida.   O veiculo começou a andar e, enquanto, eu fazia o Nome do Pai, fui olhando minha casa passar pela janela com seu aconchegante banheiro. E que vontade de abortar a viagem, pedir pra descer e fazer aquela visitinha amigável à minha JÁ SAUDOSA instalação sanitária para higiene pessoal!  Nunca pensei em ter saudade de um toalete, mas neste dia, eu tive.
Desço! Não desço! Desço! Não desço. Era agora ou nunca. Teria que me decidir em segundos qual rumo a tomar. Ainda próximo ao Bar Central, uma nova colicazinha, desta vez bem mais AGUDA, chega de repente me fazendo levantar da poltrona e seguir em direção ao motorista.  TÔ SARTANDO FORA é agora, pensei!
Nisso, um FLATO prolongado e silencioso, queimando as extremidades opostas, trouxe certo alivio e coragem de seguir em frente. E foi o que aconteceu. 
Voltei, como se nada tivesse acontecido, e sentei novamente em meu lugar. Procurei  me relaxar, ir praticando a tal respiração abdominal, enquanto me distraÍa fazendo palavras cruzadas de pernas cruzadas.  Nessa hora, comecei a contar os preciosos quilômetros que faltariam para chegar a Bicas. E o ônibus nem havia ultrapassado o trevo de Roça Grande. Meu Deus! TÕ NÁGUA!  Senti que, para chegar a Bicas, seria o mesmo que ir a pé ao Japão. Mas, não haveria alternativa, pois somente lá é que aconteciam as famosas baldeações, lembram?  Assim gritava o motorista logo que o ônibus parava: - DEZ MINUTOS!  E eram dez minutos MESMO, ou seja: tempo suficiente pra TENTAR ir ao banheiro, fazer um lanche relâmpago e esticar as pernas.
Mas, voltando ao começo da viagem, lembro-me bem que fui sentado numa das poltronas do corredor, tendo como vizinha ao lado uma senhora com uma criança de colo de mais ou menos um a dois anos de idade.  Do outro lado do corredor, estava sentado uma pessoa inesquecível e divertida, na época proprietário da loteria esportiva.  Pessoa extremamente amiga, grande caráter, exemplar pai de família, muitíssimo bem humorado e BOTAFOGUENSE nato. Coincidentemente também músico.
E lá íamos nós, tranquilamente, até que, naquela descida próxima a Rochedo, a barriga estufou de vez e uma vontade danada de PULAR PELA JANELA e sentir, de perto, o contato direto com aquele capim gordura envolvido em  gotas de orvalho, me deixou ALUCINADO. Comecei a não encontrar posição na poltrona e, no desespero, resolvi brincar com a criança que estava próxima a mim.  Qualquer artifício para me distrair naquele dramático momento seria bem vindo.  Aí, pensei novamente com meu butão, ou melhor, com meus botões: “Com baldeação ou não será aqui  mesmo em Rochedo que irei parar.” MAS, ALGO ACONTECEU...  Vejam, na semana que vem, AS GUERRAS INTESTINAS (ELES SÃO DOIS!!!)

(Crônica: Serjão Missiaggia / Adaptação: Jorge Marin)

2 comentários:

  1. Será que vai acontecer? Serjão?...

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  2. Fortes emoções (e sensações) nesta aventura!
    Forte também a imagem escolhida.
    Estou gostando de tudo, pois quem passou pelo drama da trama não fui eu, senão não gostaria tanto.

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