sexta-feira, 4 de maio de 2012

NA SOMBRA DO AMANHÃ


Foto de Alex Campos

Num acalanto, noite, vem buscar meu canto,
Pois procuro afora um canto, pra poder cantar,
Levar o canto, que fere e consola,
Na solidão que vai embora, vendo a ilusão chegar.

Com meus versos, sobre rimas me arremesso,
Solto a voz a cada gesto, onde há resto de um luar,
Nesta andança de um errante violeiro,
Sou um simples seresteiro, a procura de um lugar.

Passo faceiro, levando andar de andeiro,
Das estrelas sou parceiro, do vagar faço canção,
Com o silêncio que invade meus desejos,
Busco paz de lugarejos, onde há inspiração.

A cada esquina, num instante que fascina,
O acaso me ensina, qual rumo a tomar,
Levo cantigas e lembranças de um tempo,
Esperanças de momentos que possam voltar.

Já madrugada, esperando na calçada,
Sentindo a alvorada... Quase amanheceu,
Vendo a lua, dando a vez ao novo dia,
Vou deixando a fantasia, que existiu num sonho meu.

E o manto negro, que envolveu a noite fria,
Foi levando melodias, poesias de amor,
E num lamento, que o tempo ignora,
Vou guardando minha viola, deixo aurora sem cantor.

Letra e música: Serjão Missiaggia (1994).

Essa música recebeu uma “roupagem” e arranjos do Caquinho e do Emmerson Nogueira que a defendeu nos festivais de Goianá, Cataguases e Canta Minas, todos muito concorridos, com inscrições vindas de todo Brasil. Esta letra foi defendida também em São João, no Festimsan, pela Joseme, Pororó, Flavinho Araújo e Ronaldo Magg.

Um comentário:

BRIGADU, GENTE!

BRIGADU, GENTE!
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