sexta-feira, 18 de maio de 2012

RELEITURAS: O DISCO VOADOR III - primeira aproximação

Foto de Caroline Quirk
NA SEMANA PASSADA, como bem recordam, encontramos nossos intrépidos exploradores pitombenses subindo pelo morro dos Marimbondos, DE OLHO naquelas janelinhas iluminadas e misteriosas, que ficavam a brilhar lá no alto. 
Em volta, a ESCURIDÃO era TOTAL pois, naquela época, era tudo bem mais deserto, e o movimento de carros ocorria só uma vez ou outra. Não havia uma única casa no meio do caminho e muito menos uma santa alma, que pudesse descontrair e compartilhar com os garotos aquele momento decisivo. 
A Dkw Vemaguete mais parecia uma peneira furada, pois, enquanto subia engasgando morro acima, aspirava a poeira, que sufocava e pintava todo mundo de amarelo. 
Quando lá chegaram, viram que pouca coisa havia mudado, e que a visão do OBJETO continuava a mesma. 
E dessa forma, só na tocaia e observando ao longe, ficaram por um bom tempo. Como se fosse um campo de batalha, de um lado a expedição Pitomba e, na outra extremidade, a COISA. 
Foi aí, neste exato momento, que começaram a perceber, não sem um certo incômodo, que, para ver melhor, a única solução seria uma APROXIMAÇÃO mais arriscada... 
Já não havia conversa entre os rapazes, ninguém àquela altura era contra ou a favor de coisa alguma.  O que havia era um sentimento, forte e profundo, de que uma força sobrenatural E IRRESISTÍVEL, os conduzia a seguir, mais e mais em frente. E foi o que fizeram. 
Sílvio Heleno achou por bem fazer a aproximação de traseira, isto é, de marcha ré. Segundo ele, tratava-se de uma tática evasiva, na qual teriam mais agilidade no caso de uma possível fuga de emergência. 
E assim o veículo foi acionado: enquanto, passo a passo, faziam a aproximação, a adrenalina de todos ia a mil e os corações batiam descompassadamente. 
Após percorrerem mais ou menos uns 50 metros, Sílvio Heleno, ameaçando um pequeno descontrole emocional, não suportou toda aquela tensão, soltou um grito: AAAAAAAHHH! e pisou fundo no acelerador. 
O que ocorreu foi que a Vemaguete descreveu uma inacreditável curva de traseira e virou num ângulo de quase 180 graus, por pouco não caindo barranco abaixo, bem em cima da antiga sede do Tiro de Guerra. 
Saíram numa velocidade que só Deus sabe e que, diga-se de passagem, somente foi conseguida porque o carro estava de morro a baixo. 
Uma nuvem de poeira, naquele momento, tomou conta de todo o interior do carro. Pareciam envoltos em uma espessa neblina.  A cabeleira afro do Zé se destacava ainda mais no escuro, parecendo um turbante amarelo. 
Descendo de lá feito um foguete, passaram pelo centro da cidade, sob os olhares curiosos de algumas pessoas que ainda se encontravam na praça. A partir daquele momento, a população já começava a ficar com a pulga atrás da orelha, pois já deveriam ser umas onze horas da noite e, nessa época, as coisas eram bem diferentes, sendo que, qualquer zunzunzum naquele horário, era motivo para despertar uma baita atenção.  Além disso, a lembrança da bomba explodida ainda estava na memória, e no imaginário, popular.
- Gente! Vamos pedir ajuda ao Jesse? – sugeriu o Sílvio Heleno.

Jesse Marcel, amigo da galera, estudava Astronomia, seguindo os passos do pai, que igualmente era astrônomo no Rio de Janeiro.
Para lá se dirigiram...  A expedição passaria a ter embasamento científico.

Aguardem...

(Crônica original: Serjão Missiaggia / Adaptação e releitura: Jorge Marin)


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