1974 - RELATÓRIO ENVIADO AO DIRETOR DO DOPS pelo
Delegado Hermínio José Theodoro: “28 de abril de 1974. Guarantã (423 km a noroeste de São Paulo) foi
abalada pela notícia de que o indivíduo Onilson Patero foi sequestrado por um
DISCO VOADOR a 12 quilômetros desta cidade.”
17/07/1974 – JORNAL FOLHA DA TARDE – “Pescadores da
praia de São Miguel, distante 15 quilômetros de Florianópolis, afirmam ter
visto um disco voador cair no mar, no último dia 13 de julho.”
09/08/1974 – JORNAL NOTÍCIAS POPULARES – “Um Disco
Voador desceu na primeira semana de agosto de 1974, na fazenda do Recanto,
município de Moselândia, pequena cidade distante 400 quilômetros de Goiás.”
1974 –
SÃO JOÃO NEPOMUCENO – Sílvio Heleno tenta, desesperadamente, fazer decolar a Dkw
Vemaguete, mas a danada nem ia pra frente e nem pra trás, enquanto o Dalminho
conseguia finalmente, completar sua frase: DOR, ele disse (DISCO VOA... DOR).
- Sai aí
e empurra, pessoal! – comandava o Sílvio.
Prontamente, ninguém saiu.
- Pessoal,
dá licença que eu vou ter que dar um pulim ali, na fazenda do Tio Gabi. Amanhã a gente se fala – disse o Serjão. Depois, lembrando dos cachorros da Fazenda
Santa Fé, também travou dentro do carro.
Até que
alguns saíram mas, ao invés de empurrar o carro, esconderam atrás daqueles
canteiros (na época, novinhos) e até debaixo dos bancos.
Zé Nely,
imponente com seu cabelo afro foi taxativo:
- Ô
gente, vamo a pé mesmo, porque eu não gosto “dessas coisas” não.
A discussão esquentou:
- Vamos chegar mais perto! A gente faz a
Istrumbiguete pegar e fica com os vidros fechados!
- Tá doido, Silveleno? Diz que um trem desses derrubou um Mig semana
passada. E, além disso, os vidros não
estão fechando!
- É mesmo.
E se acontecer alguma coisa com a gente?
O lugar público mais próximo aqui é a zona e, mesmo assim, com essa friagem,
já deve estar fechada!
- Zona não fecha por causa de frio não,
moço!
- Ah é! E
o que é que você entende de zona?
- Vão parar, gente. As luzes tão piscando de novo.
A situação de pânico generalizado sempre foi
muito comum na história do Pitomba e, nesta hora, não poderia ser diferente:
muito grito, muita reclamação, muita histeria, até se começar a tomar uma
atitude... respirar fundo, unir todos os medos e encarar a crise de frente.
Tentaram um pacto de lealdade. Sílvio tentava motivar a galera:
Tentaram um pacto de lealdade. Sílvio tentava motivar a galera:
- Pensa bem, pessoal. A
gente pode entrar para a história. Já
pensou, na semana que vem o O Cruzeiro e a Manchete, com a gente na capa e umas
letras garrafais assim: Primeiro Contato
Imediato, documentado e fotografado do Brasil.
- Fotografar como, Silveleno? Só se for com o isqueiro.
Enquanto isso, o objeto permanecia imóvel, passivo, parecendo sempre estar observando o carro e seus ocupantes. Foi então resolvido, numa breve reunião (sem unanimidade), dar uma ida até lá em cima e checar, do outro lado do campo, do que realmente se tratava. (continua)
Enquanto isso, o objeto permanecia imóvel, passivo, parecendo sempre estar observando o carro e seus ocupantes. Foi então resolvido, numa breve reunião (sem unanimidade), dar uma ida até lá em cima e checar, do outro lado do campo, do que realmente se tratava. (continua)
(Crônica original: Serjão Missiaggia. Adaptação
e releitura: Jorge Marin)
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