NO CAPÍTULO ANTERIOR DA FÁBRICA, encontramos nossos
fabricantes de sustos, Nenê e Serjão, à noite, na porta da fábrica,
preparando-se para aprontar para seus amigos Dalminho e Sílvio Heleno. Como bem
se recordam, os dois passaram o dia inteiro trançando linhas para produzir
efeitos especiais capazes de amedrontar as pobre “cobaias”.
Era chegado a hora.
Mal havia anoitecido, e lá estavam eles: Nenê, Dalminho, Sílvio Heleno e Sérgio. Antes de entrar, ainda ficaram algum tempo no terreiro, encarando o prédio sinistro. O coração dos fabricantes de sustos batia ainda mais disparado do que os das cobaias, talvez até com uma certa ponta de arrependimento. Ou mesmo um pressentimento de que alguma coisa não muito boa poderia acontecer.
Sílvio Heleno já não estava muito bem. Enquanto esperava a ordem de partida, brandia um pedaço de cano na mão, e gritava bem alto para o interior da fábrica:
- Se acaso vocês forem homens, venham aqui pro terreiro!
- Aqui fora, até eu! - resmungou Dalminho...
Emoções à parte, lá foram os desbravadores, ao encontro do sobrenatural...
Na entrada, a escuridão era total. Não se via absolutamente nada, a não ser o tremeluzente foco da lanterna e a brasa do cigarro do Dalminho.
Já na porta de entrada, uma linha estrategicamente posicionada, seria puxada. A intenção era fazer com que a porta se fechasse e empurrasse, ainda mais, todos para dentro. FOI O QUE ACONTECEU! Todos engoliram em seco. O arrependimento já começava a tomar conta de alguns corações, uns por colocarem os amigos naquela roubada e os outros, por terem entrado naquela aventura. Mas, naquela altura do campeonato, sem rumo, num breu total, ninguém se atreveria, de forma alguma, a retornar.
Neste momento, Serjão sentiu uma forte pressão no braço esquerdo, chegando, ele próprio, a se assustar. Parou, respirou e, virando a lanterninha para o lado, viu que era o Dalminho que, caminhando de olhos fechados, apertava, em desespero, o braço do amigo... enquanto dizia baixinho: “mãe, mãe, mãe!”
No último degrau da escadaria do terraço, foi deixado um tambor armado que, preparado com bastante sutileza, bastaria um singelo puxar de linha, para que descesse escada abaixo e viesse em direção à comitiva. Mas esse momento ficou reservado para a volta, juntamente com janelas e portas, que bateriam dentro dos quartos.
Então, após passar pelo corredor principal, chegaram enfim ao grande salão.
Neste salão, um chinelo, com linhas amarradas e previamente preparadas, aguardava-os, pois, era só caminhar lentamente com ele, para começar arrastar algumas correntes, que estavam no final do corredor.
Guiado pela luz fraquinha da lanterna, Nenê se aproximou do Serjão e fez um sinal que era a senha para que o show de horror tivesse início.
NA PRÓXIMA SEMANA, sigam: os sustos, os sobressaltos e, principalmente, o inesperado, o assustador e aquilo que nunca esteve combinado...
(Roteiro original: Serjão Missiaggia / Adaptação: Jorge Marin)
Era chegado a hora.
Mal havia anoitecido, e lá estavam eles: Nenê, Dalminho, Sílvio Heleno e Sérgio. Antes de entrar, ainda ficaram algum tempo no terreiro, encarando o prédio sinistro. O coração dos fabricantes de sustos batia ainda mais disparado do que os das cobaias, talvez até com uma certa ponta de arrependimento. Ou mesmo um pressentimento de que alguma coisa não muito boa poderia acontecer.
Sílvio Heleno já não estava muito bem. Enquanto esperava a ordem de partida, brandia um pedaço de cano na mão, e gritava bem alto para o interior da fábrica:
- Se acaso vocês forem homens, venham aqui pro terreiro!
- Aqui fora, até eu! - resmungou Dalminho...
Emoções à parte, lá foram os desbravadores, ao encontro do sobrenatural...
Na entrada, a escuridão era total. Não se via absolutamente nada, a não ser o tremeluzente foco da lanterna e a brasa do cigarro do Dalminho.
Já na porta de entrada, uma linha estrategicamente posicionada, seria puxada. A intenção era fazer com que a porta se fechasse e empurrasse, ainda mais, todos para dentro. FOI O QUE ACONTECEU! Todos engoliram em seco. O arrependimento já começava a tomar conta de alguns corações, uns por colocarem os amigos naquela roubada e os outros, por terem entrado naquela aventura. Mas, naquela altura do campeonato, sem rumo, num breu total, ninguém se atreveria, de forma alguma, a retornar.
Neste momento, Serjão sentiu uma forte pressão no braço esquerdo, chegando, ele próprio, a se assustar. Parou, respirou e, virando a lanterninha para o lado, viu que era o Dalminho que, caminhando de olhos fechados, apertava, em desespero, o braço do amigo... enquanto dizia baixinho: “mãe, mãe, mãe!”
No último degrau da escadaria do terraço, foi deixado um tambor armado que, preparado com bastante sutileza, bastaria um singelo puxar de linha, para que descesse escada abaixo e viesse em direção à comitiva. Mas esse momento ficou reservado para a volta, juntamente com janelas e portas, que bateriam dentro dos quartos.
Então, após passar pelo corredor principal, chegaram enfim ao grande salão.
Neste salão, um chinelo, com linhas amarradas e previamente preparadas, aguardava-os, pois, era só caminhar lentamente com ele, para começar arrastar algumas correntes, que estavam no final do corredor.
Guiado pela luz fraquinha da lanterna, Nenê se aproximou do Serjão e fez um sinal que era a senha para que o show de horror tivesse início.
NA PRÓXIMA SEMANA, sigam: os sustos, os sobressaltos e, principalmente, o inesperado, o assustador e aquilo que nunca esteve combinado...
(Roteiro original: Serjão Missiaggia / Adaptação: Jorge Marin)
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