São João Nepomuceno, Bloco dos Prisioneiros, final do Carnaval de 1978 (De pé: Júlio Lima, um primo do Verô, o próprio Veroaldinho Soares, Nilson Batista e Camilo Pontes. Sentados: Ercília e Marcos Dadalti, Jorge Marin e Luis Augusto Dadalti.)
março das ressacas pós-carnavalescas
lavadas a água fria
expurgadas no turbilhão
de lembranças momescas
que rolam coloridas e risonhas
até o abismo não-querente
de azáfamas e afazeres cotidianos
março das petas sorridentes
dos corre-corres escolares
dos livros novos
e das sinetas
velhas sinetas do outro verão!
março das águas de tom jobim
das canseiras noturnas
das solidões domingueiras
e das folhas secas
estalando sob as solas dos sapatos...
foi em março
num desses marços de que já não faço conta
que peguei a primeira borboleta de minhas coleção
e eu ali perplexo
grampo na mão
a deixei voar
só porque não era tempo
foi em março
que atravessei a minha primeira ponte
e até hoje tenho medo de pontes
foi num março que aprendi a sonhar
e justamente em outro março
que aprendi a recordar
(deixei de sonhar então)
ah março das manhãs trôpegas
dos grilos finos
e das chuvas grossas!
(Poesia: Jorge Marin, março/1978)
Belo poema!
ResponderExcluirParabéns.
Se o Camilo tirasse a mão, teria gente de cara no chão Rsrsrsrsrsr
ResponderExcluir