sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

RELEITURAS: O MASSACRE DA FÁBRICA DE MACARRÃO IV

Frame do filme Judgement Day

AAAAAAAAAAAAI!
No interior da velha fábrica de macarrão, A GRITARIA ERA GERAL! (Na verdade, dois amigos – muy amigos! – tentavam assustar seus companheiros com um verdadeiro show de efeitos especiais). O primeiro truque funcionou perfeitamente: as correntes, acionadas por um par de chinelos, começaram a se arrastar na escuridão. No mesmo instante, outra linha era puxada, fazendo um ruído sinistro e assustador. Este ruído era devido ao trinco de uma porta, que também se arrastava pelo chão. MAIS GRITOS DE HORROR!
Deste ponto em diante, a coisa realmente começava a pegar fogo, principalmente quando se dirigiam para uma areazinha externa do prédio onde existia um pequeno banheiro. A intenção era verificar alguns ruídos estranhos, que vinham daquele lugar.
Esta hora foi verdadeiramente desesperadora, pois este banheiro, de construção antiga, tinha sobre seu vaso, uma pequena corda, para dar descarga. Nem é preciso dizer que nela foi colocada também uma linha, da cor da parede, só esperando ser puxada por quem de direito. Quando focaram o vaso com a lanterna, foi realmente incrível, pois, debaixo dos narizes de todos, e a menos de dois metros, presenciariam o movimento da cordinha, acionando aquela descarga.
Aí, a correria foi geral, enlouquecida, desenfreada e para todos os lados. Uns davam cabeçada na parede e outros gritavam pela mãe. Foi como um grande estouro de boiada no escuro, pois nada se via e todos corriam sem rumo, à procura de uma saída.
Nesta hora, no meio do corre-corre, ao virar a lanterna para trás, Serjão presenciou uma cena ainda mais engraçada, pois o Renê, quase deitado, ficava desesperadamente abanando a mão no escuro, tentando em vão achar uma suposta linha que, naquele lugar, deveria estar esticada.
No corredor, janelas e portas batiam sem parar e, quando iam passando pelo pé da escada, eis que surge, do terraço, nada mais nada menos, do que aquele tamborzão.
E QUE BARULHADA! A coisa apareceu de repente, descendo pela escada abaixo, pulando na direção deles, igual a uma mula sem cabeça... GRITOS DE HORROR!
A intenção era justamente fazer com que o tambor impedisse a passagem de volta, obrigando assim, a um retorno forçado para o salão, o que realmente aconteceu, para desespero geral.
Encurralados, permaneceram uns trinta minutos, esperando coragem para fazer o caminho de volta.
Logo que a coisa serenou e os batimentos cardíacos se normalizaram, começaram enfim, a fazer o retorno e alcançar, finalmente, o tão sonhado terreiro.
Lá fora, mais aliviado, o Sílvio, mais uma vez, desafiou a suposta assombração, ainda com o pedaço de cano, gritando bem alto:
- SE VOCÊ FOR HOMEM, VEM AQUI FORA, AGORA!
Para sua surpresa, havia uma última armadilha: uma folha de zinco foi deixada estrategicamente bem em cima do telhado, que serviria para finalizar as manifestações.
Quando ele gritou, uma linha foi puxada, fazendo um grande barulho no telhado. Nesta hora, novo grito:
-TAMBÉM NÃO PRECISA SER ASSIM, NÉ!
E agora: o que acontecerá? Os amigos terão coragem de voltar? A notícia se espalhará? Quem serão as novas cobaias? Como é que o Deivid errou aquele gol?
E, fala sério: quem de nós, reagiria de forma diferente, numa situação como essa?
Não percam o próximo capítulo da macarronesca novela O Massacre da Fábrica de Macarrão, agora em 3D (Deve Doer Demais).

(Crônica original: Serjão Missiaggia / Adaptação e releitura: Jorge Marin)

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