sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

RELEITURAS: O MASSACRE DA FÁBRICA DE MACARRÃO I

Arte digital por Sam Hogg

Quando em 1969, encerraram-se as atividades da fábrica de macarrão, que pertencia à família Missiaggia, empresa que produzia massas seguindo a tradição italiana, ninguém em sã consciência, imaginaria que, naquele lugar, tanta coisa aconteceria três anos depois.
Pois foi exatamente em inícios de 1972, que, no prédio abandonado, alguns componentes do Pytomba viveriam uma grande aventura, talvez a maior de suas vidas.
Na época, por incrível que pareça, e bota incrível nisto, pois o lugar era sinistro demais, alguns elementos do Pytomba tinham o estranho hábito de frequentar o local quase todas as noites. Chegavam com velas e violões, faziam pequenos ensaios e soltavam sua fértil imaginação que, no dizer dos mais velhos, “era só bobagem”.
O lugar, como se pode deduzir de uma fábrica fechada há anos, só possuía três tipos de coisa: poeira (muita), teias de aranha e escuridão, pois não havia energia elétrica. No entanto, era o local escolhido pelo grupo para acrescentar novos detalhes às canções e estudar novos repertórios.
Por que faziam isto? Ninguém, analisando nos dias de hoje, sabe explicar. O fato é que o hábito continua inexplicável, porque, cientes de suas limitações de coragem, aqueles heróis, na realidade, morriam de medo mesmo!
Mas era justamente neste ambiente empoeirado, silencioso e escuro, que buscavam inspiração, privacidade e principalmente, risos, risos nervosos, risos histéricos, mas muitos risos. E neste misto de medo e pavor, a aventura parecia mais um passeio de trem fantasma, pois, ao entrar pelos corredores escuros, ficavam sempre aguardando que algo acontecesse: um susto? Ou algo mais misterioso?
E assim aconteceu, por noites e noites, até que, passado algum tempo, a coisa foi se tornando monótona e acabou perdendo a graça. Nada de novo acontecia, e até o Dalminho e o Sílvio Heleno, os mais reticentes no momento das visitas àquele mausoléu, já estavam pedindo para ir lá, na maior tranquilidade, se bem que ainda com aquele risinho nervoso na cara.
Foi neste momento que Nenê e Serjão refletiram e, ao observar o imenso potencial que o lugar oferecia, vislumbraram cenários interessantes, fizeram profundas prospecções e começaram a esboçar um projeto cujo teor e objetivo era: transformar o local numa verdadeira e convincente CASA MAL ASSOMBRADA!!!
Como, graças a Deus, tinham bastante tempo disponível (bons tempos!), fizeram um planejamento minucioso, começaram a arquitetar um plano maquiavélico. Depois de analisar detalhadamente o percurso, observaram que o cenário daria uma imensa riqueza de opções.
Tudo começaria no terreiro da casa do Serjão para, posteriormente, entrar pela porta dos fundos da fábrica. Passariam, em primeiro lugar, pelo cômodo das máquinas, com seus estranhos buracos negros. A seguir, depois de passar diante da escadaria do terraço, atravessariam o corredor central - com três quartos misteriosos - para, finalmente, alcançar o coração do prédio, que seria denominado o “grande salão”, the big hall. Este salão seria o término da primeira etapa, para, posteriormente,, recomeçar a volta até retornar ao terreiro.
Ficou decidido que tudo seria como um grande teatro, onde coisas estranhas e misteriosas aconteceriam, tanto na ida como na volta. Mas, para que tivesse graça, alguma coisa estava faltando. Sim, os personagens, ou ... as cobaias. Mas, quem seriam?
NA PRÓXIMA SEMANA: VÍTIMAS DE UMA AMIZADE MORTAL
(Roteiro original: Serjão Missiaggia / Adaptação: Jorge Marin)

2 comentários:

BRIGADU, GENTE!

BRIGADU, GENTE!
VOLTEM SEMPRE, ESTAMOS ESPERANDO... NO MURINHO DO ADIL