Arte digital por The Raevyn
Curtindo a festinha de aniversário do meu filho, em sua escola, uma mãe de um colega dele me chama do lado e pergunta:
- Será que tem perigo deles distribuírem o kit gay aqui na escola?
Fiz aquela cara de “como assim?” e tranquilizei-a dizendo que provavelmente não, e que ela deveria ficar tranquila. Depois, corri para casa, para perguntar ao meu amigo Google sobre esta coisa tão “perigosa” chamada Kit Gay. Descubro que é um DVD, com cenas de homossexualismo, encomendado pelo MEC, e pago com recursos do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), e destinado aos estudantes de escolas públicas, com o objetivo, segundo os órgãos governamentais, de combater a homofobia dentro das instituições escolares.
Como sempre, nestas questões novas, somos tentados a tomar partido. Eu, a princípio, sou a favor de qualquer iniciativa que incentive o respeito: respeito aos gays, ou respeito aos idosos, ou respeito às autoridades, ou respeito às leis. O respeito é uma coisa assim tão óbvia quanto inobservada, e isto pode ser visto dentro das instituições, dentro dos lares e até dentro de nós (o autorrespeito, também está negligenciado).
Aí, leio que a Presidente Dilma suspendeu a aplicação do kit gay. Imediatamente me revolto: eu sei o que ela quer, ela quer é fazer média com a bancada conservadora, com os pastores e os bolsonaros! Incorporo o meu ego adolescente, e vou pra rua falar mal da presidente. Antes de abrir a porta, meus cinquenta e poucos anos pesam, e penso naquela mãe da escolinha: será que tem perigo? E resolvo procurar, na Internet, a tal campanha, até mesmo porque fico extremamente curioso como fazer para um bando de estudantes, que adoram malhar qualquer diferença (vejam o caso da Geisy Arruda, quase apedrejada por andar de saia curta), comportarem-se como pessoas civilizadas.
No primeiro filme, um garoto, jogador de futebol, resolve pintar as unhas de vermelho, muda o nome para Bianca, e fica meio revoltado porque os professores insistem em, na hora da chamada, nomeá-lo de José Ricardo (vejam que incompreensão!) e o Zé, aliás, a Bianca, ainda dá um flertada com o seu antigo colega de time.
No segundo filme, duas garotas são execradas pela turma, porque ficaram juntas em uma festa, mas resolvem encarar todo mundo e, no final, dão um beijaço, carinho este cortado pois, segundo o secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do MEC, André Lázaro: “nós ficamos três meses discutindo um beijo lésbico na boca, até onde entrava a língua e acabamos cortando o beijo.”
O terceiro filme mostra um garoto chamado Leonardo, que, segundo a narração, precisa se mudar, mas é de cidade. Ele deixa a namorada pra trás e, na nova cidade, acaba se apaixonando por um rapaz, e o filme deixa uma conclusão: se você gostar de garotos e garotas, você tem 100% de chance de encontrar uma pessoa por quem se apaixonar.
Ora, ora, assim fica difícil julgar, porque uma causa que merece todo o respeito e toda a atenção que é a violência praticada contra pessoas ditas “diferentes”, acaba naufragando numa campanha publicitária que parece querer nos convencer o quão inadequado é esse jeito hétero de ser. Sabemos que uma das piores discriminações que existem nas escolas é praticada contra os jovens homossexuais, e eu digo pior, porque, na maioria dos casos, a violência continua em casa. Mas, francamente, gastar dinheiro público – e vejam como o pessoal de Brasília tem tempo! – para produzir uma peça publicitária descaradamente pró-gay, me parece totalmente inadequado.
Liguei pra mãe do coleguinha do meu filho, e fui logo falando: eu acho que a gente precisa parar com esse negócio de ficar cuidando da vida dos outros, e ensinar isso para os nossos filhos!
Coincidentemente, o meu filho entra correndo, e me conta que um coleguinha disse que o cantor preferido dele é gay. Pergunto: se ele for gay, ele vai deixar de ser um bom cantor? Meu filho acena com a cabeça que não. Então, continuo, se ele for gay, você vai deixar de gostar dele? Novamente um não. E eu concluo: então fala pro seu coleguinha parar de encher o saco! E, aqui para nós, isso vale também para o governo, para a imprensa, para os conservadores (todos) e para os ativistas (te todas as orientações sexuais). Vamos proteger, sim, as nossas crianças, mas sem proselitismos idiotas!
(Crônica: Jorge Marin)
Uns gostam de rosca de leite, outros de rosca de côco queimado. Cada um que cuide de sua rosca e respeite o gosto dos outros, na mesa e na cama.
ResponderExcluirSylvio.
Sylvio. Você se esqueceu daquela da dupla sertaneja Teodoro e Sampaio : " RUELA DO ÊNIO ". TUDO É ROSCA kkkkkkkkkkkkk
ResponderExcluirJorge, quanto à sua crônica digo-lhe " como os antigos": SÃO OUTROS TEMPOS, OUTROS TEMPOS"! Algum dia você pensou que iria OUVIR, VER E TALVEZ até tomar parte de algum desses MOVIMENTOS : - GLBT- Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros.
ResponderExcluir- WHORE WALK - onde WHORE ( em português) quer dizer puta, vagabunda e WALK seria marcha; portanto MARCHA DAS VAGABUNDAS.
- MARCHA DA MACONHA.
- MST - Movimento dos Sem-terra. Já notou que não acabam nunca os tais Sem-terra? Em plena era da informática se o nosso ( ou agora nossa) presidente cadastrasse em cada município os SEUS SEM-TERRA quando fossem "DADAS OU DOADAS" terras a eles com certeza haveria um fim , concorda? Mas...PÉRAÊ. Se puser fim nisso deixa de ROLAR UM BOCADO DE GRANA para a galera lá de cima, não é? Então. Deixa a abóbora lastrar.
- Mas tem mais MOVIMENTOS VINDO AÍ. Será que nós ( de outro passado, de outras histórias conseguiremos CAPITAR ou nossas mentes já estão realmente fracas para aSsimilar coisas TÃO GRANDES, ou melhor, TÃO IDIOTAS, ESTÚPIDAS?