quarta-feira, 8 de junho de 2011

A ARTE DE CRIAR ESCORPIÕES

Ted Bundy (um dos piores serial killers de todos os tempos), foto do blog muculmanodepe.blogspot.com

Na semana passada, falávamos sobre atitudes que, às vezes, tomamos com nossos filhos, e que podem ser facilitadoras da manifestação de uma personalidade antissocial. Porque, por mais triste que seja a realidade, é necessário reconhecer que podemos fazer muita coisa para ajudar um perverso a piorar, mas é praticamente inexistente algum tipo de ação para minorar o problema. A cura, então, é impossível, porque não se trata de uma doença, mas de uma estrutura mental.
Alguns pais me perguntaram quais as características pelas quais poderiam identificar sinais de perversão em seus filhos. No caso de crianças, ou menores de 18 anos, o transtorno é chamado de Transtorno da Conduta e as atitudes que eu vou descrever SÓ podem ser consideradas como sinal de psicopatia SE ocorrerem de forma repetitiva e persistente. Esses “aprendizes” de psicopata são mentirosos contumazes; cruéis com animais, coleguinhas e familiares; desafiam pais, professores e babás; são impulsivos e irresponsáveis; não toleram qualquer tipo de frustração; têm acessos de raiva quando são contrariados; culpam os outros por faltas que eles próprios cometeram; preocupam-se somente consigo mesmos; são frios e insensíveis; não apresentam nenhum sinal de culpa; não se preocupam jamais com os outros; não ficam embaraçados ou envergonhados quando flagrados em erro; não mantêm amizades; ficam na rua até tarde ou mesmo fogem de casa; matam aula; são vândalos e adoram destruir, desde coisas dos outros, até o patrimônio público; falsificam assinaturas; roubam coisas; têm uma sexualidade precoce e, às vezes, chegam a forçar colegas ao sexo; desde novos, usam álcool e drogas e, se tiverem oportunidade, são capazes de matar outra pessoa.
No caso de crianças, o fato da psicopatia não ter cura, não significa que os pais devam relaxar e deixar a ferinha crescer à vontade. Pelo contrário, eles têm a obrigação de fazer uma “marcação cerrada”, não apenas para proteger a estrutura da própria família, mas também da sociedade. Esse controle rígido pode não curar, mas tem chance de, se iniciado bem cedo, coibir as manifestações mais graves.
Mas, e os adultos? E quanto a esse bando de gente que nos rodeia e que, se damos bobeira, nos passa uma rasteira, nos engana e está sempre aprontando?
Primeiramente, é justamente isso que eu falei anteriormente: não podemos dar bobeira, e reconhecer que este tipo de predador existe, que pode nos atacar e que temos que ficar atentos. Depois, é duro dizer isto, mas não vamos tentar ajudar essas pessoas! Ah, mas eu gosto de ajudar o meu próximo! Então, ajude àquele que quer ser ajudado. Há muitas pessoas “do bem”, e de bem, que querem e podem ser auxiliadas. Certamente, não é o caso dos psicopatas, ou perversos, pois eles não têm nenhum tipo de problema: a maldade que fazem, as transgressões, os logros e os crimes são parte da sua natureza. Então, na lógica deles, eles estão certos.
Portanto, ao tentar mudar o que não pode ser mudado, estamos perdendo tempo e, de quebra, ainda correndo risco. Lembrem-se do sapo. Vocês acham que o escorpião estava errado? Ou o sapo?
Finalizando, quero repetir uma frase citada no livro “Mentes Perigosas”, de Ana Beatriz Barbosa Silva, de onde muitos conceitos deste post foram retirados. É a chamada Oração da Serenidade, do teólogo americano Reinhold Niebuhr, que é muito lembrada nos encontros de grupos como os alcoólicos anônimos:
“Senhor, conceda-me serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar, coragem para mudar aquelas que posso, e sabedoria para reconhecer a diferença entre elas.”

(Crônica: Jorge Marin)

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