sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

SAUDADE DE OUTROS CARNAVAIS


Do que é que você tem saudade no Carnaval? Será da juventude perdida? Da loucura remediada? Ou da noite não dormida?

Será saudade de algum corpo jovem, sem nome, sem roupa, sem-vergonha? Ou somente saudade estética, da evolução atlética, da fantasia dramática ou do protesto político?

Pode ser que seja uma saudade do hino do Trombeteiros, do Democráticos, ou da bateria do Esplendor ou da Esaca ou Caxangá. Sei lá... saudade pode ser de tanta coisa.

Dizem que saudade é falta de algo que se teve e hoje não se tem. Será que é a falta do nosso antigo corpo, da nossa alma barulhenta ou do nosso espírito irrequieto?

Será que é saudade da inocência de outros tempos? Ou da perda da inocência há tempos? Saudade do que se viveu ou saudade do que poderia ter vivido se quisesse?

O certo é que saudade é sempre... falta. E se é falta é desejo. De beijo? De seguir dançando o cortejo? De uma assembleia de paetês?

Se não sabes do que é essa saudade, então vou dizer. Não se arrepie! Saudade é saudade de nada. Saudade é esse não-dormir na madrugada, e poder, com toda a força do coração, desejar. Não é desejar o bem que já se teve ou o ótimo que não se obteve. Nem tampouco voltar no tempo ou fugir dos contratempos.

Saudade é puro desejo. Agora. No seu peito.

Poesia: Jorge Marin

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