quarta-feira, 4 de março de 2015

O ENGOMA-CUECA


Calma, calma, que logo entenderão o título desta croniqueta!

Mas, antes mesmo de começar o primeiro capítulo desta nossa seção “bubiças”, gostaria de dizer que, foi observando a fantástica presença de nossa querida madrinha Nely no carnaval juntamente com sua belíssima apresentação no concurso de marchinhas, que surgiu a ideia desta série de postagens.  Não teve jeito e, mesmo que não quisesse, comecei a recordar um monte de fatos inusitados que ocorreram naqueles bons tempos de conjunto. E um desses episódios veio a acontecer justamente, se não estou enganado, na primeira expô agropecuária de São João.

O ano era 1972 e, naquela época, existiam dois recintos para bailes na exposição.  Um dos recintos era o galpão maior onde, aos cuidados de nosso saudoso Waldeck Henriques, funcionava um grande restaurante. O conjunto Som Livre ali se apresentava sendo que, naquele ano, estaria estreando sua nova aparelhagem.

Na época, Dalminho, Márcio Velasco, Sílvio Heleno e eu fazíamos parte também do conjunto Pop Som (antigo Cobrinhas) que, juntamente com nossa patroa Nely, o guitarrista Antônio, os saudosos Zé e Oberon e nosso auxiliar Macu, tocávamos então no outro recinto.

Era um local bem mais simples e popular, porém incrivelmente divertido, onde  o povão levantava poeira de tanto pular, digo dançar. O referido cafofo, devido ao seu tamanho, era meio apertado e, com a presença maciça do grande público, aí é que a coisa esquentava de vez. Entrar ou sair era praticamente impossível. Isso pra não falar que somente uma luz negra servia-nos de referência para se (tentar) deslocar lá dentro. Tentar mexer então, nem pensar. Era um breu total. Coisa de doido! Eu mesmo, quando retornava após uma breve saidinha, somente alcançava o palco após passar por um atalho secreto que havíamos improvisado nos fundos ao furar a lona. Quem entrava não saía e quem saía não entrava.

Era um rala-rala de fazer gosto! Passar no meio do pessoal que estava dançando era complicadíssimo. Um quase suicídio ou, no mínimo, perigoso. Muitas pessoas chegaram a ficar agarradas no meio da pista de dança, pois não conseguiam ir pra frente e muito menos pra trás. Pra aventurar passar neste pequeno quadrante, além de esperto, teria que ser como carro na lama. O negócio era engatar marcha nas quatro rodas e torcer pra que não se atolasse, pois, se tal acontecesse, meu amigo... Bye bye!

E era ali, num pequeno palco de madeira, que passávamos a noite, felizes da vida, fazendo aquele sonzão.

Creio que já deverão ter deduzido o porquê de ENGOMA CUECA ou, pelo menos, quem teria inventado este nome.

Semana que vem conto outra. Sugiro, enquanto isso, para todos aqueles que queiram maiores detalhes sobre o mesmo assunto, clicarem aqui ao lado, nos Arquivos do BLOG, na série de postagens intitulada NELY GONÇALVES: LENDA VIVA DA CULTURA SANJOANENSE, publicada a partir de 16 de julho de 2010. 

Crônica: Serjão Missiaggia
Foto     : Facebook do Marco Antônio Major   

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