Já é tempo de se pensar, e agir, propondo o tombamento desse conjunto histórico onde se localiza a fábrica, pelo IPHAN. Em outros locais do Brasil, isto tem sido feito e, logo após, o espaço cedido a universidades para instalação de cursos diversos, além de benfeitorias que beneficiem a população. Além disso, parcerias são celebradas com empresários que explorem diversos ramos, desde turismo até danceterias, como foi feito no passado, onde era o antigo varejo e foi instalada a "Fábrica" com uma instigante arquitetura do Flávio Ferraz.
Lembrei-me de algo que me marcou emocionalmente pela vida toda. Pelos meus cálculos, teria, no máximo, dois anos de idade, talvez menos. A cena continua vivíssima em minha mente. Trata-se do seguinte: fomos levar uma marmita para nosso pai na fábrica. Certamente, ele fazia extra, pois a fábrica estava vazia. Após comer, colocou-me num daqueles carrinhos (diziam trolers) e empurrou-o por toda a fábrica. Recordo-me perfeitamente dos trilhos, do cheiro de fuligem, do salão no qual me disse que trabalhava. Recordo-me até do silêncio, já que os teares estavam parados e, por incrível que pareça, até da marmita. Poucas vezes, nestes 71 anos, sentado naquele carrinho empurrado pelo nosso pai, senti-me tão feliz e orgulhoso!!!!! Uma vez, disse-me que costumava fazer extra aos domingos, limpando a chaminé, com intuito de ganhar uns trocados para poder comprar meu presente de Natal. Certamente, era o que estava acontecendo. Fosse um cineasta, creio que seria capaz de refazer todo aquele momento com enorme realismo. Antonio Darcio Missiaggia
Você pode não ser um cineasta, Dárcio, mas, certamente, é um ótimo roteirista, pois essa cena aí descrita, um dos comentários mais belos já recebidos no BLOG, daria um excelente filme, sob a direção de Viconti ou Vitorio De Sicca. Com indicação ao Oscar de melhor filme estrangeiro. Valeu!
Fábrica de tecidos com seu entorno (Casarios e praça) compõe um belo cenário cultural que vai aos poucos se perdendo ante a modernidade.
ResponderExcluirJá é tempo de se pensar, e agir, propondo o tombamento desse conjunto histórico onde se localiza a fábrica, pelo IPHAN. Em outros locais do Brasil, isto tem sido feito e, logo após, o espaço cedido a universidades para instalação de cursos diversos, além de benfeitorias que beneficiem a população. Além disso, parcerias são celebradas com empresários que explorem diversos ramos, desde turismo até danceterias, como foi feito no passado, onde era o antigo varejo e foi instalada a "Fábrica" com uma instigante arquitetura do Flávio Ferraz.
ExcluirLembrei-me de algo que me marcou emocionalmente pela vida toda. Pelos meus cálculos, teria, no máximo, dois anos de idade, talvez menos. A cena continua vivíssima em minha mente. Trata-se do seguinte: fomos levar uma marmita para
ResponderExcluirnosso pai na fábrica. Certamente, ele fazia extra, pois a fábrica estava vazia. Após comer, colocou-me num daqueles carrinhos (diziam trolers) e empurrou-o por toda a fábrica. Recordo-me perfeitamente dos trilhos, do cheiro de fuligem, do salão no qual me disse que trabalhava.
Recordo-me até do silêncio, já que os teares estavam parados e, por incrível que pareça, até da marmita.
Poucas vezes, nestes 71 anos, sentado naquele carrinho empurrado pelo nosso pai, senti-me tão feliz e orgulhoso!!!!!
Uma vez, disse-me que costumava fazer extra aos domingos, limpando a chaminé, com intuito de ganhar uns trocados para poder comprar meu presente de Natal.
Certamente, era o que estava acontecendo.
Fosse um cineasta, creio que seria capaz de refazer todo aquele momento com enorme realismo.
Antonio Darcio Missiaggia
Você pode não ser um cineasta, Dárcio, mas, certamente, é um ótimo roteirista, pois essa cena aí descrita, um dos comentários mais belos já recebidos no BLOG, daria um excelente filme, sob a direção de Viconti ou Vitorio De Sicca. Com indicação ao Oscar de melhor filme estrangeiro. Valeu!
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