Dando uma
passada de olho na revista NOVA ESCOLA de setembro de 2014, uma matéria escrita
por Daniele Pechi (novascola@fvc.org.br),
intitulada “MINHA CIDADE TEM MUITO QUE CONTAR”, chamou minha atenção. Trocando
em miúdos, a referida matéria falava sobre um projeto didático que foi
desenvolvido por Rachel de Lima, Priscila Garcia e Izis Macias, professoras da
classe de 4º ano em Londrina, tendo como objetivo o conhecimento do passado,
discutindo seu presente, vinculando noções de patrimônio e também as questões
humanas e culturais na construção da identidade de um povo.
Estudar o
local a que pertencem e os hábitos de sua população, ajudando os estudantes a
compreenderem que eles fazem parte também da história. Toda
cidade tem muito que contar, e, em Londrina, as crianças estudaram o passado e
o presente da Rua Sergipe, patrimônio local. O objetivo era que a turma conhecesse
o passado da via e discutisse sobre seu presente, abordando diversos aspectos,
não somente arquitetônicos, como também humanos e culturais.
Foram
feitas visitas a locais significativos e entrevistas com familiares mais
velhos. Estudaram-se fotos, objetos, livros, jornais do passado e visitas aos
antigos comércios, inclusive observando fachadas originais, se ainda existirem.
Aí fiquei
a lamentar pelos muitos que nunca ouviram falar que nossa cidade, entre umas e
outras coisas, já foi um dia servida por uma linha férrea, que cruzava algumas
ruas centrais, onde os famosos trolinhos deslocavam-se em pequenos trilhos até
a interior da Cooperativa de Leite e da Fábrica de Tecidos, para o escoamento de
seus produtos.
Será que alguém se lembra que, naquela mesma fábrica, existia e apitava uma sirene às cinco da matina para chamar seus operários e que, dentre tantas e tantas histórias ali acontecidas, já constaram em seu quadro de funcionários mais de mil e quinhentas pessoas?
Será que alguém se lembra que, naquela mesma fábrica, existia e apitava uma sirene às cinco da matina para chamar seus operários e que, dentre tantas e tantas histórias ali acontecidas, já constaram em seu quadro de funcionários mais de mil e quinhentas pessoas?
Quantos
se recordam que, somente ali na Rua Coronel José Dutra, existiam inesquecíveis
lojas comerciais, como CASA LEITE, O GURI, A BRASILEIRA, a CASA MATOS e a TIPOGRAFIA (com seu
famoso mural de avisos conhecido por décadas como A PEDRA DA TIPOGRAFIA), sem
falar nos estabelecimentos menores cujos nomes se confundiam com o dos proprietários: compra isso lá no NICOLINO, ou no NICOLAU, na farmácia do BATISTA, ou na charmosa lojinha da APARECIDA LADEIRA (A Caçula).
A Rua do Sarmento era palco dos famosos vai e vens de fim de semana, dos memoráveis desfiles civis e militares, das escolas de samba, batalha de confetes, dos expressivos e românticos bares noturnos, além de um respeitável salão de jogos.
A Rua do Sarmento era palco dos famosos vai e vens de fim de semana, dos memoráveis desfiles civis e militares, das escolas de samba, batalha de confetes, dos expressivos e românticos bares noturnos, além de um respeitável salão de jogos.
Será que os jovens de hoje sabem que havia dois cinemas na cidade, o Cine Brasil e o Cine Rádio,
sendo o primeiro deles o nosso atual Centro Cultural? E
um importante e inesquecível educandário de nome Instituto Barroso (com sua
famosa fanfarra), dirigido pelo nosso saudoso e eterno mestre Sôbi. Isso sem
falar de inúmeras indústrias, como a fábrica de macarrão, vassouras, tampinhas,
ferraduras, calçados Sylder, Scala e Dragão, sendo que esta última funcionava
ali onde está sendo construído um belo e moderno shopping.
Entre os salões de jogos, podemos citar o mais
famoso deles que era a Sinuca do Cida onde funciona hoje o restaurante Salu.
Entre os hotéis, o Grande Hotel (hoje Comunidade Cristã
Evangélica) e o Hotel Monte Castelo ali na Praça Rio Branco.
Havia também românticos e bem montados
restaurantes, como o Bar Dia e Noite (na Rua Coronel José Dutra, hoje uma
grande loja de eletrodomésticos), o Bar do Floriano (também no Calçadão, hoje Curso
Apoio), o Bar São Jorge e a Padaria do Cruz na Praça Carlos Alves.
Enfim,
quantas e ricas histórias somente ali na RUA DO SARMENTO, hoje conhecida pelos
mais jovens apenas por Calçadão...
Crônica: Serjão Missiaggia
Foto : facebook do Hedilson Sanábio
Boas lembranças! Meu pai trabalhou muitos anos na loja "A Brasileira".
ResponderExcluirAlgo que me marcou muito vendo a “Brasileira” foi quando em umas de suas vitrines ficaram expostas armas para venda. Imaginem se isso seria possível nos dias de hoje? Não ficaria unzinha pra contar história meu irmão kkkkk
ResponderExcluirOutra exposição que, nos dias atuais, iria fazer muito sucesso, foi quando fizeram uma vitrine exclusivamente com frascos de lança-perfume. Não ia restar nem um cheiro!
ExcluirMeu amigo Serjão está se mostrando um ótimo historiador!
ResponderExcluirParabéns pela agradável e informativa postagem. Uma interessante visitinha ao passado!
A nossa estória começa aqui, SÃO JOÃO NEPOMUCENO,
ResponderExcluirA saudade é muito forte, a lembrança maior ainda,
Pode passar o tempo, mas nunca apagara as lembranças
Relato fiel por ser eu testemunha de tudo que escreveu. Fiquei também emocionada quando vi a foto da " A BRASILEIRA" Em uma das vitrines ficava expostas umas jóias e eu nos meus 11 anos passava todo dia por lá e ficava namorando uma pulseira de plaquinha até que juntei umas moedinhas que minha vovó Madalena me dava e um dia comprei a tal pulseirinha que tenho até hoje. Edna
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