Aproximando-se
a comemoração do quinto aniversário do Blog, uma pergunta é inevitável: “naquele”
tempo é que era bom?
Constantemente,
lemos comentários em nossas postagens e também no Facebook, expressando a
saudade por um tempo que passou, um tempo supostamente “bom”, o que geralmente
quer dizer: mais ingênuo, mais natural e, sei lá, até mais santo.
No entanto,
é preciso que estejamos despertos para um fato: a nossa vida é AGORA, e todo
sentimento em relação ao que se foi, às boas lembranças, e também às más, é
pura PERDA DE TEMPO.
Vivemos,
sim, bons momentos e lembrá-los de vez em quando, até com um incremento
aventuresco como fazemos aqui no Blog, é muito prazeroso. Mas, carregar tal
memória, ainda que boa, o tempo todo, é como sair na rua com um gravador de
rolo numa mão e uma câmera betamax na outra.
Além de anacrônico, é profundamente cansativo e desconfortável.
Naquele
“nosso” tempo, que muitos dizem “ê tempo bom”, ainda se morria de gripe e
tuberculose. Em 1964, temos relembrado o
cinquentenário por estes dias, não podíamos nos reunir, nem ler o que
quiséssemos e, se num filme aparecesse uma cena de nudez, esta era coberta por
umas bolinhas pretas que corriam atrás dos genitais, alguém se lembra?
Sim,
éramos felizes, mas, da mesma forma como ocorre hoje, a felicidade estava nas
pequenas coisas: num beijo roubado, numa farra com amigos, num baile do
Operário. Hoje pode ser na formatura de um neto, num baile da (eca!) terceira
idade e, por que não, num beijo roubado também.
Afinal, temos boca, corpo e paixão!
A
grande lição que aprendi com o computador foi um comando chamado ESVAZIAR A LIXEIRA. É bom para a memória randômica, dele e
nossa. Melhora o desempenho, dele e
nosso. E, igualmente para ambos, é extremamente saudável.
Crônica:
Jorge Marin
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