Ver o
depoimento do padre Marcelo Rossi no programa Fantástico de domingo passado
deve ter sido um duro golpe para a sua multidão de admiradores, seguidores e
fãs. Eu mesmo, que não sou uma coisa nem
outra, fiquei consternado ao ver o depoimento do antigo ícone da Igreja
Católica na década de 2000.
Abatido,
esquálido e com a fala arrastada, a ponto de demandar a colocação de legendas
em alguns momentos da entrevista, o sacerdote, inegavelmente uma grande alma e
um caráter exemplar, fez talvez um dos seus pronunciamentos mais marcantes, ao
reconhecer a sua fragilidade humana, os seus pequenos pecados e até mesmo o seu
desamparo perante a vida.
O
padre, que nunca deixou de ter uma multidão de ouvintes e telespectadores,
afirmou ter passado por uma séria depressão, mas, por julgar que a doença não
passasse de “frescura”, resolveu não procurar acompanhamento, nem médico nem psicológico. Resultado: sofreu a dor profunda e o
desamparo absoluto da depressão. Segundo
ele, recuperou-se parcialmente através do canto, da escrita e da oração.
Ora,
ora! É louvável que o sacerdote,
conhecedor desses três campos, tenha tentado se reerguer a partir daí. No entanto, a simples mirada de sua figura na
telinha da TV, mostra que ELE NÃO CONSEGUIU!
E aí, é inevitável a pergunta, que a repórter fez e ele respondeu
positivamente: um padre deve submeter-se ao tratamento psicológico,
psicanalítico ou psiquiátrico?
Gente,
assim como em Mateus 22 (a César o que é de César e a Deus o que é Deus) e,
mais recentemente, em Sharon Axé Moi (cada um no seu quadrado), é preciso que
tenhamos em mente que, em caso de DOENÇA, devemos procurar o profissional
habilitado a tratá-la! E isso vale para padre, médico, policial, dona de casa
ou qualquer um.
Entregar
para Deus, por mais fé que se tenha, é eximir-se do próprio problema. Temos,
nesta jornada terrestre, uma vocação irresistível para sermos felizes. Mas isso nos coloca algumas
responsabilidades: a primeira é, com certeza, cuidar da própria saúde. Outra responsabilidade, que também julgo
fundamental, é não atrapalhar os outros.
Se não quiser ajudar, não ajude, mas, pelo menos, não atrapalhe!
No
mais, como canta o padre Marcelo, hoje com certeza mais sábio e mais conhecedor
da alma (e agora também do corpo) humanos: erguei as mãos e dai glória a Deus!
Crônica:
Jorge Marin
Assisti a entrevista e achei o Padre Marcelo de uma humildade exemplar e sempre que escuto as suas mensagens ele está sugerindo que os doentes procurem médicos, que não tomem remédios sem consultar um médico...mas que tenham fé , orem para Deus abençoar o tratamento... Ele é homem como qualquer um de nós :sente dor, adoece, engorda, e vai morrer um dia! Ele nunca disse que não devemos procurar um médico , ele até abençoa os remédios em nome de JESUS. Ele é um Padre abençoado e muito carismático e um grande ser HUMANO. Vibro por ele e sou seu fã como católico e apaixonado por JESUS CRISTO.
ResponderExcluirRealmente, o Padre Marcelo é um exemplo de sacerdote e uma figura humana notável. Vê-lo desamparado e doente é somente uma prova da sua humanidade. O que foi questionado aqui não foi a atitude do padre (a não ser uma demora para iniciar o tratamento, que ele próprio admitiu), mas sim uma tendência que muitos temos em "entregar pra Deus", esquecendo da nossa responsabilidade com nosso próprio corpo e mente. Além disso, ficou a tristeza de perceber que o padre, mesmo que estiver se submetendo a algum tratamento, ainda não está bem. É uma pena.
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