Rua Doutor Gouvêa. No sábado à noite, ficávamos sentados na porta do Bar do Cebolinha e víamos as pessoas descendo da missa na Igreja do Rosário. Famílias inteiras, descendo a pé, os homens barbeados em suas melhores roupas de braços dados com as esposas, as crianças bem arrumadinhas e um grande número de jovens com cabelos curtos, camisas xadrez e sapatos Vulcabrás.
Aos olhos daquele povo todo, nós, cabeludos, com nossas calças jeans meio descosturadas e camisetas curtas, éramos uma outra tribo, uma raça alienígena.
Outras vezes, descíamos a Doutor Gouvêa com violões e íamos cantar pelas ruas da cidade. No outro dia, subíamos com nossos calções e meias para disputar partidas inesquecíveis no Campo do Operário.
A Rua Doutor Gouvêa é um livro de memórias calçado com pedras.
Fotos: Serjão Missiaggia
Texto: Jorge Marin
Nenhum comentário:
Postar um comentário