sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

MEMÓRIAS DA SANTA FÉ: 4 - Nas grimpas do pé de manga



NA SEMANA PASSADA, mergulhados naquele paraíso de frutas e sabores, qualquer pai pensaria que, finalmente, ficaríamos quietos, certo?  Errado!  Como se a fazenda fosse um gigantesco parque de diversões, pulávamos de um lado para outro e, sempre que encontrávamos alguma coisa maravilhosa para curtir (e eram tantas!), a aventura durava mais ou menos uns quinze a vinte minutos para, em seguida, querermos fazer uma outra coisa, geralmente num local mais distante, ou mais alto, ou mais perigoso.

Assim, atravessávamos o asfalto, e íamos até o outro lado da fazenda, onde ficava o chiqueiro.  Nesse lugar existiam vários pés de manga.  Muito me chamava à atenção as variedades ali existentes, sendo que a maioria delas eu nunca havia ouvido falar: manga ubá, sapatinho, querosene, espada, coração e outras. Subíamos em seus galhos e, após sentarmos em um de seus troncos mais altos, ficávamos tranquilamente saboreando dezenas delas.

Falando em subir em pé de manga, confesso que, ao contrário dos demais, a única coisa de que eu não gostava era subir na FAÍSCA. A primeira, e última vez, que tentei foi um Deus nos acuda.  Após conseguir montá-la, fazendo uso de um velho cupinzeiro, a danadinha saiu em disparada pasto acima, querendo a todo custo morder meu pé.  Alguém já viu isso?  Enfim, pra quem não sabe, Faísca era uma eguinha mansa, pelo sedoso, de trotar fácil, pouco desconfiada e muito social. Mas... as fêmeas têm sempre seus caprichos!  Vamos voltar à croniqueta...

Quantas vezes, naquela relaxante rede, que ficava esticada na varanda, ficávamos olhando o sol se esconder por detrás das montanhas. Até aí nada demais, se, junto a isso, ainda não pudéssemos, com um simples esticar de mão, conseguir colher, diretamente da parreira, deliciosas uvas. E como não lembrar também daquela água cristalina, e quase gelada, que bebíamos na mina juntamente com o leite ainda quentinho que acabava de sair do ubre da vaca?  E foi justamente aí que fui descobrir uma certa intolerância a lactose. Comecei a perceber isso quando, nesses momentos, nenhum colega ficava perto de mim.  E outras correrias desesperadas passaram a acontecer.  Mas esta é outra história.

NA SEMANA QUE VEM, o final: o pai na roça, aventuras de adolescente e uma imagem gravada, em relevo, na memória...

Crônica: Serjão Missiaggia
Foto: acervo Serjão Missiaggia

2 comentários:

  1. Esta foto nos traz lindas recordações do dia em que foi comemorado o aniversário de 90 anos de VÓ PINA na FAZENDA e na missa os netos abrilhantando com lindas musicas .
    DORINHA

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  2. Grande Biel lascando um sol+7 na viola

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BRIGADU, GENTE!

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VOLTEM SEMPRE, ESTAMOS ESPERANDO... NO MURINHO DO ADIL