Ao reparar os trejeitos de Ozires, senti que já havia passado o momento
de fazer uma pequena homenagem a essa figura. Figura que, para alguns, não passa de excêntrica
e exibicionista, e que para outras, na qual me incluo, bastante folclórica.
Seboso! – cochicham. Mas, o Ozires
é uma figura demasiadamente interessante. Está sempre chamando nossa atenção em todas as
vezes que vamos ao clube.
De porte elegante, andar de campeão, ao mesmo tempo em que finge uma
falsa indiferença, fica a se exibir no seu pressuposto território.
Suas grandes exibições sempre acontecem aos sábados, domingos, feriados
e, principalmente, nos dias de muito calor e casa cheia.
No meio da semana ou em época de inverno, Ozires fica sempre mal-humorado,
ou seja, cabisbaixo, solitário, fumando sem parar e com um olhar angustiado.
Tem, como trunfos de apresentação, a travessia de 25 metros debaixo
d’água, seguida de flutuação no centro da piscina, de braços cruzados. Como
carro-chefe e gran finale um incrível mergulho ornamental. (Nadar que é bom... NADA!).
Pra dizer a verdade, fico muitíssimo impressionado com a capacidade do
Ozires para boiar. Parece que fica levitando
sobre a água.
Verdadeiro galo em seu terreiro, sempre observa cada movimentação ou
detalhe que acontece em volta da piscina.
Cara nova no pedaço? Ele logo
arrepia e, se o cara for bom nadador, aí é que a coisa pega fogo.
Aparentando estar sempre numa ferrenha competição com adversários
imaginários, fica ao longe, observando todos os movimentos, e possíveis
revelações que poderiam estar colocando em risco o seu reinado.
A cada exibição “ameaçadora”, logo vem o Ozires, em resposta imediata ao
suposto ataque.
O eterno competidor não perdoa ninguém. Mas, ninguém mesmo! O pior é que descobri isso, pessoalmente, do
pior jeito... (continua...)
Crônica: Serjão Missiaggia
Foto: disponível em http://loucano.blogspot.com.br/2011/05/amores-de-ficcao.html
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