sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

O SALTO DO OZIRES - I



Ao reparar os trejeitos de Ozires, senti que já havia passado o momento de fazer uma pequena homenagem a essa figura.  Figura que, para alguns, não passa de excêntrica e exibicionista, e que para outras, na qual me incluo, bastante folclórica.
Seboso! – cochicham.  Mas, o Ozires é uma figura demasiadamente interessante.  Está sempre chamando nossa atenção em todas as vezes que vamos ao clube.
De porte elegante, andar de campeão, ao mesmo tempo em que finge uma falsa indiferença, fica a se exibir no seu pressuposto território.
Suas grandes exibições sempre acontecem aos sábados, domingos, feriados e, principalmente, nos dias de muito calor e casa cheia.
No meio da semana ou em época de inverno, Ozires fica sempre mal-humorado, ou seja, cabisbaixo, solitário, fumando sem parar e com um olhar angustiado.
Tem, como trunfos de apresentação, a travessia de 25 metros debaixo d’água, seguida de flutuação no centro da piscina, de braços cruzados. Como carro-chefe e gran finale um incrível mergulho ornamental.  (Nadar que é bom... NADA!).
Pra dizer a verdade, fico muitíssimo impressionado com a capacidade do Ozires para boiar.  Parece que fica levitando sobre a água.
Verdadeiro galo em seu terreiro, sempre observa cada movimentação ou detalhe que acontece em volta da piscina.
Cara nova no pedaço?  Ele logo arrepia e, se o cara for bom nadador, aí é que a coisa pega fogo.
Aparentando estar sempre numa ferrenha competição com adversários imaginários, fica ao longe, observando todos os movimentos, e possíveis revelações que poderiam estar colocando em risco o seu reinado.
A cada exibição “ameaçadora”, logo vem o Ozires, em resposta imediata ao suposto ataque.
O eterno competidor não perdoa ninguém.  Mas, ninguém mesmo!  O pior é que descobri isso, pessoalmente, do pior jeito...  (continua...)
Crônica: Serjão Missiaggia
Foto: disponível em http://loucano.blogspot.com.br/2011/05/amores-de-ficcao.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário

BRIGADU, GENTE!

BRIGADU, GENTE!
VOLTEM SEMPRE, ESTAMOS ESPERANDO... NO MURINHO DO ADIL