Quem leu
OS DISCURSOS na semana passada, deve se lembrar que eu havia prometido não mexer
mais com esse “trem”. Mas, uma coisa
ficou martelando na minha cabeça, na verdade uma falha que eu percebi. E que é a seguinte: falei muito sobre como NÃO
se portar feito uma ovelha, NÃO se portar como um capacho, NÃO se portar como
um alienado.
MAS...
eu não considerei o fato de alguns de vocês (espero que nem todos) queira ser
AQUELE QUE FAZ O DISCURSO e, mais do que isso, como fazer com que os OUTROS
comportem-se como ovelhas, capachos, alienados.
De repente, você vai se candidatar na próxima eleição e quer saber como
se portar para que as pessoas, além de acreditar, aceitem o seu discurso. Ou você é chefe de alguma religião, e quer
aumentar os donativos para o seu templo.
Ou você é uma esposa solícita que, de repente, se cansou do bolha do seu marido e
agora quer dar as cartas.
Então... Como já deu para perceber nas postagens
anteriores, o discurso tem muito a ver
com o PODER. E passar a endereçar o
discurso é exercer poder sobre o outro, ou os outros. Ora, nas eras passadas esse poder era exercido
na base da porrada, ou seja, EU mando e, se você não obedece, sento-lhe uma
bordoada! Simples assim...
No
entanto, com a evolução dos princípios democráticos (contestados por muita
gente, inclusive no Facebook), a coisa ficou um pouco mais complexa, pois, nos
tempos modernos, exercer o poder depende, supostamente, da concordância do
povo. Mas, quem já leu todas as crônicas
anteriores sabe que exercer o poder depende, na realidade, da qualidade do
discurso.
E o que
vai definir a qualidade do discurso do “mestre”? Qual é o segredo do discurso eficaz? Pois bem, o discurso, para ser eficaz, deve
ser baseado na DENÚNCIA, isto é, apontar, no Outro, alguma falha, deficiência,
falta ou imperfeição. Essa tem sido a
tática dos políticos (lembram-se que a campanha eleitoral passada baseou-se
UNICAMENTE em denúncias?). No caso dos
líderes religiosos, não é por acaso que, logo no início das celebrações, o fiel
reconhece a sua culpa, a sua máxima culpa.
Finalmente, nos casais, é impressionante como esposos e esposas apontam
falhas um no outro.
Ah, mas
não pode ser assim tão SIMPLES. Então,
vamos a um fato que está mexendo com o imaginário mundial: a escolha do NOVO
PAPA! Qual vai ser o discurso
EFICAZ? Quem vai ser o novo papa? Primeiramente, vamos buscar o FURO: onde é
que a Igreja Católica está na falta, ou perdendo fiéis? Creio que a maioria responderá que é na
África, pois, além do avanço muçulmano, há uma grande evolução das igrejas
evangélicas. Portanto, o discurso mais
eficaz aponta para o Cardeal PETER TURKSON, de Gana!
Agora
acabou mesmo! Não falo mais de
discursos; já dei até o nome do próximo
papa. Se for ele, comentem! Se não for, poupem-me dos seus discursos.
Crônica:
Jorge Marin
Foto:
sv4rog, disponível em http://sv4rog.deviantart.com/art/The-Pope-113360408
Oi Jorge.
ResponderExcluirApós tantos discursos, bem explicados e dissecados, fico com a opinião curta e tosca que o melhor discurso é aquele que gera os melhores resultados.
Com tantas filosofias, possibilidades e necessidades espalhadas pelo bicho humano, fica mais fácil e produtivo se concentrar nos frutos e meio que ignorar as raízes.
Essa é minha opinião agora, mas a qualquer momento posso, em edição extraordinária, mudar meu discurso sobre os discursos. Esse assunto dá muito pano para pouca manga...
Parabéns pela lucidez dos textos na série dos discursos. Gostei!