quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

OS DISCURSOS (FAZENDO): 6 - Como Mandar (FINAL)



Quem leu OS DISCURSOS na semana passada, deve se lembrar que eu havia prometido não mexer mais com esse “trem”.  Mas, uma coisa ficou martelando na minha cabeça, na verdade uma falha que eu percebi.  E que é a seguinte: falei muito sobre como NÃO se portar feito uma ovelha, NÃO se portar como um capacho, NÃO se portar como um alienado.

MAS... eu não considerei o fato de alguns de vocês (espero que nem todos) queira ser AQUELE QUE FAZ O DISCURSO e, mais do que isso, como fazer com que os OUTROS comportem-se como ovelhas, capachos, alienados.  De repente, você vai se candidatar na próxima eleição e quer saber como se portar para que as pessoas, além de acreditar, aceitem o seu discurso.  Ou você é chefe de alguma religião, e quer aumentar os donativos para o seu templo.  Ou você é uma esposa solícita que, de repente, se cansou do bolha do seu marido e agora quer dar as cartas.

Então...  Como já deu para perceber nas postagens anteriores, o  discurso tem muito a ver com o PODER.  E passar a endereçar o discurso é exercer poder sobre o outro, ou os outros.  Ora, nas eras passadas esse poder era exercido na base da porrada, ou seja, EU mando e, se você não obedece, sento-lhe uma bordoada!  Simples assim...

No entanto, com a evolução dos princípios democráticos (contestados por muita gente, inclusive no Facebook), a coisa ficou um pouco mais complexa, pois, nos tempos modernos, exercer o poder depende, supostamente, da concordância do povo.  Mas, quem já leu todas as crônicas anteriores sabe que exercer o poder depende, na realidade, da qualidade do discurso.

E o que vai definir a qualidade do discurso do “mestre”?  Qual é o segredo do discurso eficaz?  Pois bem, o discurso, para ser eficaz, deve ser baseado na DENÚNCIA, isto é, apontar, no Outro, alguma falha, deficiência, falta ou imperfeição.  Essa tem sido a tática dos políticos (lembram-se que a campanha eleitoral passada baseou-se UNICAMENTE em denúncias?).  No caso dos líderes religiosos, não é por acaso que, logo no início das celebrações, o fiel reconhece a sua culpa, a sua máxima culpa.  Finalmente, nos casais, é impressionante como esposos e esposas apontam falhas um no outro.

Ah, mas não pode ser assim tão SIMPLES.  Então, vamos a um fato que está mexendo com o imaginário mundial: a escolha do NOVO PAPA!  Qual vai ser o discurso EFICAZ?  Quem vai ser o novo papa?  Primeiramente, vamos buscar o FURO: onde é que a Igreja Católica está na falta, ou perdendo fiéis?  Creio que a maioria responderá que é na África, pois, além do avanço muçulmano, há uma grande evolução das igrejas evangélicas.  Portanto, o discurso mais eficaz aponta para o Cardeal PETER TURKSON, de Gana!

Agora acabou mesmo!  Não falo mais de discursos;  já dei até o nome do próximo papa.  Se for ele, comentem!  Se não for, poupem-me dos seus discursos.

Crônica: Jorge Marin

Um comentário:

  1. Oi Jorge.
    Após tantos discursos, bem explicados e dissecados, fico com a opinião curta e tosca que o melhor discurso é aquele que gera os melhores resultados.
    Com tantas filosofias, possibilidades e necessidades espalhadas pelo bicho humano, fica mais fácil e produtivo se concentrar nos frutos e meio que ignorar as raízes.
    Essa é minha opinião agora, mas a qualquer momento posso, em edição extraordinária, mudar meu discurso sobre os discursos. Esse assunto dá muito pano para pouca manga...
    Parabéns pela lucidez dos textos na série dos discursos. Gostei!

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