Nas últimas
semanas, tenho falado sobre as diferentes formas de DISCURSO e a forma pela
qual pessoas, muitas vezes sem nenhum dom especial a não ser o da FALA,
conseguem fazer com que sua vontade prevaleça, com que seu desejo se sobreponha
e com que, às vezes, uma multidão de adeptos se ofereça em sacrifício.
O que é
isso que faz com que um homem, ungido por um poder legitimado pelo seu
discurso, leve uma nação à guerra, ao assassinato em massa e até à hecatombe
nuclear?
(Gente,
saindo um pouco do discurso sério: essa HECATOMBE aí matou a pau, não é?)
Falei do
pai, da mídia, dos pastores e do casal. Mas
há inúmeros outros exemplos e, para não estender ainda o MEU discurso, gostaria
de exemplificar os efeitos desses discursos, ou melhor, as consequências da
ACEITAÇÃO desses discursos todos.
Exemplo
de um efeito de um discurso: TODAS AS MULHERES SÃO GORDAS! Esse discurso teve início na década de 1960,
e demorou uns dez a quinze anos para se implantar em todo o mundo. A origem dele é muito engraçada, mas o efeito
é triste: por volta de 1962, um fotógrafo americano, cujo nome artístico era
Justin de Villeneuve fez uma série de fotos com uma modelo inglesa chamada
Lesley e cujas medidas eram: 1,67m, 42 kg, 82-59-82). Não sei por quê, mas essa mulher, cujo apelido
era GRAVETO (TWIG em inglês) pela sua magreza, passou a desfilar para grandes
nomes da alta costura mundial.
Antes
dela, todas as mulheres queriam ser GOSTOSONAS e as referências eram: Marylin
Monroe, Rita Hayworth, Sophia Loren. Os
interesses por trás dessa mudança de paradigma, que deixa quase TODAS as
mulheres insatisfeitas com seus corpos, são puramente mercadológicos. Não sei precisar o que se fatura com
cosméticos e aparelhos de ginástica (aquelas esteira que compramos e se
transformam em cabides), mas, segundo um relatório que li, da ALANAC
(Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais) o faturamento, no ano de
2009, SÓ dos remédios para emagrecer, os chamados anorexígenos, foi de R$ 350
MILHÕES! Imaginem as cirurgias
estéticas, reparadoras, abdominoplastias e outras!
Outro
exemplo: CRIANÇA MUITO AGITADA EM SALA DE AULA É HIPERATIVA! No meu tempo de escola, acho que uns 70% dos
alunos eram agitados. A gente até não
fazia muita bagunça porque nossas professoras, graças a Deus, marcavam “durinho”,
sem contar a educação, também rígida, que recebíamos em casa. Hoje, como nem os pais tem tempo (nem
vontade) de suportar bagunça de criança, e nem a professora quer sair do seu
papel de reformadora social ou sei lá o quê, então vamos ouvir o Discurso de
quem? Do Psiquiatra! Resultado: qualquer criança que você leva tem
TDAH. Consequência: a venda do remédio
cloridrato de metilfenidato aumentou 75% de 2009 a 2011, segundo a Anvisa.
Parei
com essa coisa de DISCURSO! Quando
lançar o livro, o DVD e a minissérie, eu chamo vocês de volta. Me aguardem!
Crônica:
Jorge Marin
Foto: disponível em http://24.media.tumblr.com/tumblr_lw2ix93XQa1r60h9ao1_500.jpg
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