quinta-feira, 21 de junho de 2012

REALITY SHOW DA VIDA


Arte digital publicada no blog laprovitera.blogspot.com.br

Você é aquele tipo de ser humano que diz: “eu não me iludo”?  Parece que estamos cercados de pessoas que se consideram muito “pé no chão”, realista, conectado, essas coisas.  No entanto, pergunto para você, meu amigo, minha amiga centrado(a): o que é a realidade?  Afinal de contas, o que é o real?
- Ah, real é o que eu posso ver, tocar, cheirar...  enfim, o que posso perceber com meus cinco sentidos.  Real é o que é objetivo.
- Como aquele dragão que dá um pulo no filme do Harry Potter?
- Estou falando de realidade, não de filme.  Filme não é real!
- Aquele filme, que não real, faturou, até o final do ano um bilhão e trezentos milhões de dólares.
- Não é o que eu quis dizer: quero dizer que o real é aquilo que nos afeta.
- Como aquela prova de Cálculo, na semana que vem, que está fazendo com que você não durma?
- Sim, isto é real.
- OK, então real é uma coisa que ainda não aconteceu?
- Você está me confundindo...
- Só estou querendo saber se você sabe o que é real.

A verdade, gente, é que definir o real é uma coisa meio mandrake, e o “Mandrake” era um personagem de gibi, justamente, um ilusionista.  Senão, vejamos: no início desta semana, uma notícia (real) do assassinato de sua irmã, colocou uma participante (real) de um REALITY show (real?) numa dúvida (real): ela sairia do programa para acompanhar o luto (real) da família e enterrar o corpo (real) da irmã assassinada ou ficaria para disputar um prêmio (real) de dois milhões de... REAIS?  Na realidade, ela preferiu ficar.
Dias depois, um ex-presidente (real) teve que se aliar a um político corrupto (real) para assegurar seu apoio político a um candidato (real) à prefeitura de uma grande cidade brasileira.  O curioso desse episódio é que um bando de gente foi para o Facebook cobrar coerência do ex-presidente como se postura política e ideologia, atualmente, fossem coisas reais.
Então, pessoal, como dizia Platão aos caras que viviam na caverna curtindo as sombras passarem na parede: as pessoas se apegam às suas ilusões, e fazem de tudo, mas TUDO mesmo, para convencer TODO MUNDO de que elas são reais.
Do meu lado, e para não sair assim, mineiramente, digo que REAL, para mim, é poder respirar bem, poder se alimentar de forma saudável (ou seja, comer aquilo que te faz salivar), usar o tempo da forma que quiser, inclusive para curtir algumas ilusões, que, vamos combinar, são maravilhosas!
O resto são apenas coisas que os OUTROS querem que você acredite.  Até mesmo esta crônica.

(Crônica: Jorge Marin)

Um comentário:

BRIGADU, GENTE!

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