sábado, 10 de abril de 2010

ORIGENS



O BARRACÃO DO SR. ANGINHO - Capítulo 4

(Artigo - Serjão Missiaggia)

As primeiras oficinas, que vieram anteceder a grande Transtec, sempre foram super-divertidas. Eram montadas em diversos cômodos do terreiro.
Lembro de quando Silvio Heleno ganhou seu primeiro Omiter. O Omiter é um aparelho de testes, um amperímetro, e foi um mega-presente de sua tia Antônia, mãe do Fernando. Valeu até uma musiquinha em homenagem ao aparelho. “MEU BOM TESTE”
Muitas dicas e alguns macetes, enquanto convivi com o dia-a-dia de cada oficina, pude aprender sendo que, muitas dos quais, pude até colocar em prática mais tarde, quando comecei meu próprio negócio. Por exemplo: defeito intermitente, garantia somente daquilo que faço, o aparelho está em teste etc etc... Por sinal, o último é o meu preferido, pois consiste em uma bela estratégia, quando um mau pagador aparecia repentinamente, tentando levar o aparelho para pagar depois.
Certa vez, Silvio Heleno, para fazer agrado a um freguês, pediu-me que passasse bastante Palum (preservativo de madeira a base de óleo de creosoto) na caixa da televisão. Caixa esta que estava infestada de cupins. Eu, como bom amigo que sempre fui, mais que depressa peguei um velho pincel que mais parecia uma brocha, e mandei bala. Gastei quase uma lata do referido líquido.
Dei tanto capricho naquela caixa que, de tonalidade meio amarelada, o trem ficou marrom escuro. O negócio era agradar o freguês de qualquer jeito.
Já no outro dia, imaginando que iria até mesmo receber uma boa gorjeta pelo belo trabalho que havia feito, eis que chega a freguesa pra buscar o aparelho.
A “Veia” só faltou nos matar. Achei que iria desmaiar de tanta raiva. Exaltada, ficava a gritar, perguntando como poderia ficar dentro de uma casa convivendo com aquele cheiro (mistura de óleo queimado com asfalto). Pior que ela exigiu que retirássemos tudo.
- Mas como minha senhora! Agora somente com o tempo! O que entra na madeira não tem jeito de sair!
Tentávamos, em vão, convencê-la de qualquer jeito. Nem mesmo aquela velha tática de que o defeito teria sido intermitente, e que daria total garantia daquilo que havia feito, não comoveu a mulher. Até a roupa da coitada começou a feder a óleo queimado. Foi um Deus nos acuda e verdadeiro caos. Confesso não me lembrar do desfecho desta história pois, enquanto a coisa ia cada vez mais “pegando fogo”, fui rapidinho dando um jeito de cair fora.
Se fosse com o velho Anginho, este provavelmente teria dito: “E tem maisss... Palum na caixa dessssta “Veia” nunca maissss!”
E por falar em Sr Anginho, ele vivia também nos perguntando por que, juntamente com Silvio Heleno, não procurávamos um belo trabalho ou algo pra fazer pois, de preguiçosos, o mundo estava cheio.
Já na adolescência, foram ainda mais numerosos os casos ali acontecidos.
Chegamos até a construir uma rádio AM clandestina. Se bem que, o máximo que o sinal alcançava, era pouco além do portão dos fundos do Mangueira.
Mas há casos mais interessantes ocorridos na oficina, e um deles, beirando a tragédia, com lances de incêndio e explosão, será relatado na próxima semana, na última parte destas memórias. Aguardem!

3 comentários:

  1. Esta foto literalmente matou a pau! Rsrsrsrsr
    Divirto-me muito com o blog

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  2. Jorge,
    Só mesmo você pra lembrar desta fotografia.
    Por sinal, ela me fez recordar quando, certa vez, um exército de baratas estava fazendo moradia dentro um “toca discos” Ground. Acreditem!!! Era de um boteco!
    Foi muito engraçado. Por sorte, alguém teve a feliz idéia de abrir-lo no passeio, pois inúmeras antenazinhas já prenunciavam o obvio.
    Nunca havia visto tanta barata. Cada uma maior que a outra.
    Só sei que no final éramos umas cinco a seis pessoas, em plena rua, dando vassouradas pra tudo enquanto é lado. Coisa de parar o trânsito.
    Obs:Muito legal também, foi poder lembrar dessa camisa do Pytomba. (Produção limitada) Foi feita uma para cada componente sendo que, as cores, teria sido opção de cada um.

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  3. Imagino que um destes casos que não podem ser esquecidos foi o dia em que o televisor do BOLOTE saiu muita fumaça, infestando toda a sala do ilustre delegado com um forte cheiro de transformador queimado. Amelinha me ligou perguntando o que fazer. Eu, assustado, respondi: Apaga o fogo!...

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