sexta-feira, 16 de abril de 2010

ORIGENS



O BARRACÃO DO SR. ANGINHO - Capítulo Final

(Artigo - Serjão Missiaggia)

Ainda falando sobre as oficinas, quase que já ia me esquecendo de contar sobre aquela famosa fatalidade que aconteceu conosco quando pegamos uma TV para consertar. E que sufoco!
Tudo teria acontecido quando, numa época em que eu trabalhava com Silveleno, e a televisão de minha tia apresentou um defeito. De imediato, lá fui eu tentar vender nosso peixe, procurando fazer aquela super-propaganda da oficina.
Nesta época, minha tia estava acostumada com outro técnico mas, devido à minha insistência, consegui enfim, convencê-la: conserto rápido, técnicas novas, bons preços, etc etc... Foram apenas algumas das muitas justificativas que apresentei para mostrar que, optando por nós, seria o melhor negócio. E assim foi!
Tudo se procedeu na mais perfeita harmonia: pegamos a televisão, foi feito o conserto e a entregamos em tempo recorde. Tudinho além da expectativa e combinado.
Já no outro dia, quando estava em casa tirando meu cochilo após o almoço, comecei a escutar uma gritaria estranha vinda da rua. Levantei-me imediatamente do sofá e, chegando até a varanda, o que mais se via era gente correndo em direção à casa de minha avó. Até aí nada demais, se não fosse pelo simples fato de estar uma fumaceira danada saindo da janela, e já com imensas labaredas de fogo quase alcançando o forro de madeira do quarto. Aí pensei: danou tudo! E é na sala da televisão! Será? Não deu outra.
Com apenas um pulo, saltei o murinho da varanda e, chegando imediatamente ao local, só deu tempo mesmo de retirar minha vó de dentro do quarto. Isso sem antes, ao olhar pra trás, ver a chegada de um vizinho detonando seu extintor de incêndio naquele fogaréu. E que explosão! Quem poderia imaginar, naquela altura do campeonato, que o jato do extintor, em contato com o tubo de imagem, causaria tanto estrago. Perda total! Não sobrou um único parafuso sequer para contar a história. Pior foi a fuligem de borracha que se espalhou pela casa e, por muito pouco, não intoxicou a todos nós. Saímos tão chamuscados, que parecia que estávamos trabalhando numa mina de carvão. Para terem uma ideia, quase todos os cômodos tiveram que ser pintados novamente.
Mas, na realidade, tudo não teria passado de uma grande fatalidade, pois viemos a constatar posteriormente, que era um problema do flyback. Esta peça da televisão é, na verdade, um transformador que produz uma alta tensão de 25.000 volts que é aplicada no tubo de imagem para atrair os elétrons do canhão até a tela e esta acender. Pois bem, ao entrar em curto, o flyback passou imediatamente centelhas para a caixa de madeira, já não tão novas e com alguns carunchos. Por sinal, este defeito não teve nenhuma ligação com o anterior.
Já em casa, e bem mais calmo, pensei novamente: Deus escreve certo por linhas tortas, ou seja: e se eu tivesse passado Palum naquela caixa? Aí, meu amigo, não teria sobrado pedra sobre pedra.
Mas, enfim, lá está hoje a Grande Transtec. Fruto de um trabalho confiável, mesclado de conhecimento, tecnologia, competência e, acima de tudo, inteligência de seu criador.

Muitos dos fatos que vieram a acontecer posteriormente (adolescência) estão devidamente catalogados no início do Blog, como os ensaios do Pytomba, bailes no galpão, construção de bombas e muito, muito mais. Era ali que tudo acontecia.

Voltando às deliciosas pizzas, digo sempre que fico muitíssimo feliz quando retorno a este local. É muito legal sentir a união que ainda reina entre os irmãos e, principalmente, em ver que somos tão bem recebidos. Realmente é uma família e um lugar que sempre fez e sempre fará parte de minha vida.

Abração forte pra Anginha, Sílvia Helena, Silvana, além é claro, de um tal de Patetão!

2 comentários:

  1. Gente! Super divertida as muitas facetas deste incrível barracão!
    Me diverti muitoooooooooooooo
    Abraços aos jovens cinquentões Pitombenses!!!

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  2. Tambem certa vez, um velho senhor do campo, chegou até ao balcão e disse:
    - “Minha televisão parou de “Prosear” e perdeu ás “Feição”!
    Naquele momento, percebi que estávamos diante de uma pessoa encantadora que,
    de uma forma ou de outra, até um tanto cômico, à sua maneira, se fez
    expressar.
    Autentico irmão brasileiro, que com sua pureza e
    simplicidade, se encontrava muito além, de nossa vã autocrítica.

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BRIGADU, GENTE!

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