quarta-feira, 13 de junho de 2018

UMA COPA INESQUECÍVEL



Interessante como certos acontecimentos ou mesmo algumas notícias se fixam tão facilmente em nossa memória. Raramente nos esquecemos de onde estávamos ou quem seriam aquelas pessoas que estariam conosco em alguns fatos marcantes. Acredito que poucos não se lembrarão do momento em que receberam a triste notícia da morte de Airton Sena ou mesmo onde estariam numa daquelas Copas do Mundo em que o Brasil foi campeão.

No meu caso, se não fosse a memorável Copa de 1970 no México, onde o Brasil se sagrou tricampeão, diria que o mundial de 1982 na Espanha, mesmo não tendo nossa seleção chegado à final, é o que teria me marcado mais. A começar pelo mágico time verde e amarelo. Quem não se lembra daquela seleção do Zico, Falcão, Cerezo, Eder, Sócrates e companhia? Pura ARTE que, sob a batuta do mestre Telê Santana, encantaria o mundo.

Fui assistir àquela copa, juntamente com uma turma superanimada, na casa de irmão pitombense. E foi para lá que subimos com nossas bandeiras, bumbos, apitos e tudo mais.

Até hoje não sei como aquele terraço não desabou com nossos pulos de alegria, sempre acompanhados de um “tremendo” foguetório. Era muito legal assistir lá de cima os fogos explodirem pela cidade.

O sol rachava sobre nossas cabeças, enquanto uma mini TV 20 polegadas em preto e branco, e com um pedaço de palha de aço em sua antena externa, fazia nossa alegria.

Pena que a desacreditada Itália, com seu atacante Paolo Rossi, desfaria numa única partida o tão sonhado titulo. Com três gols fulminantes sacramentou aquilo que até então parecia impossível: Itália 3x2

No intervalo daquela fatídica partida, teve um de nós que resolveu dar uma descidinha para ir ao banheiro. Quando estava sentado no trono tentando uma breve “relaxada”,  sentiu um calor estranho vindo meio que assim de sua periferia inferior. Naquela altura do campeonato, já com a adrenalina à flor da pele, imagina o susto de nosso nobre colega ao perceber que uma fumaça preta, com forte odor de parafina, estaria saindo bem debaixo dele? Somente aí que foi descobrir que, atrás do vaso sanitário, se encontrava uma imensa vela que, ainda acessa, tentava a todo custo secar o atacante italiano. Pior que, além de não ter secado, quase que ressecou o traseiro de nosso amigo torcedor. Naquele momento, segundo ele, saiu o terceiro gol da Itália.

Após a derrota, descemos embasbacados e ficamos ainda sentados na Pracinha do Coronel por um longo tempo. Foi aí que passou por nós o saudoso amigo Dolfo. Num ato de consolo, após perceber nossa tristeza, disse que estava indo pra casa pra ficar aguardando o resultado do exame antidoping da partida. Segundo ele, somente assim, se daria por vencido, ou seja, depois que certificasse que tudo realmente teria sido legítimo. Pura ilusão...

Crônica: Serjão Missiaggia

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