Não tive como evitar,
pois foi acompanhando a procissão de Santo Antonio e a bela festa na Capelinha,
que me transportei ao século passado, e novamente a esta postagem.
Reconheço que,
devido à repetição do post, este
texto tenha até se tornado cansativo, mas entendo que os dados históricos contidos
nele, e o caráter simbólico e cultural de minha família com a capelinha, merecem
sempre serem lembrados.
Tudo começou
quando a família Missiaggia partiu da Itália rumo ao Brasil em 1899.
Chegaram ao
novo continente: minha bisa Guiseppina Cecchetto, então viúva de nosso bisavô
Guiseppe Missiaggia, e com ela seus oitos filhos, entre eles nosso avô
Francesco Missiaggia, já casado com vó Maddalena, sendo o mais velho dos irmãos,
chegando ao Brasil com 26 anos.
Todos os filhos
nasceram no norte da Itália, região de Veneto, província de Vicenza, de uma
pequena comune chamada Pozzoleone, cidadezinha hoje com mais ou menos 3.000
habitantes.
Vieram todos
para São João Nepomuceno e se estabeleceram no povoado dos Henriques. Posteriormente,
fixando residência na cidade por muitos anos, vô Chico morou com a família e
manteve um grande comércio, num casarão que existia na Rua dos Henriques
(Caxangá) naquele imenso terreno que faz fundo com o campo do Botafogo.
Vô Chico era
uma pessoa de grande devoção a Santo Antônio, razão pela qual, de sua casa, no
Caxangá, dava-se início, rumo à capelinha, às procissões do Santo Padroeiro. Além
disso, meu avô era um dos fundadores da igreja.
O pequeno
acervo que se encontra no interior da igrejinha hoje (Via Sacra e uma das
imagens de Santo Antônio) veio com meu Vô Chico da Itália e foi doado após a
inauguração. Podemos observar que a Via Sacra está toda ela escrita também em
Italiano e está fixada na parede em pequenos quadrinhos de madeira. As molduras
originais tiveram que ser substituídas devido aos cupins.
Pelo motivo da
existência de outras imagens de Santo Antônio no interior da capela, não
saberia precisar qual delas veio com meu avô da Itália.
A inauguração
da Capela, tão bem eternizada na fotografia acima, aconteceu em 9 de novembro
de 1924, onde, entre tantas pessoas ilustres, podemos observar meu avô Chico e
Tia Maria Missiaggia.
Crônica: Serjão
Missiaggia
Foto : acervo do autor
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