Parece
que foi ontem mesmo, mas, nesta quinta-feira dia 12, estarão completando 55
anos de uma visita inesquecível que fiz, juntamente com meus saudosos pais e
Tia Maria, à Basílica de Aparecida do Norte. O ano era 1962 e eu, ainda com
meus seis anos, mal havia dormido durante a noite, ante o fascínio daquela que
seria minha primeira viagem interestadual.
Acordamos
de madrugada e, antes mesmo do dia clarear, começamos a nos aprontar. O ônibus
fretado para a viagem foi o mais novo modelo adquirido pelo Expresso Picorone
que acabara de chegar. Naquela jornada, tivemos
o privilégio de ter como motorista nosso também saudoso e alegre Anjinho
Picorone. Por sinal, em função da sua famosa comunicabilidade, a viagem teria
se transformado em momentos únicos e divertidos.
Recordo
bem que, na época, tudo era bem mais complicado, e essas romarias se
transformassem em verdadeiras aventuras. Alguns trechos de estrada, muito dos
quais ainda sem asfalto, colaboravam para que as viagens se tornassem bem mais
longas, fazendo com que passássemos quase um dia inteiro dentro do ônibus. Até
que chegássemos ao destino final, tornávamos uma única família.
Ora poeira,
ora barro, além de muitos buracos, tudo fazia com que a viagem se tornasse bem
mais cansativa...
Recordo
que uma breve parada em Volta Redonda teria sido necessária para alguns reparos
no ônibus. Capô levantado, enquanto nosso divertido motorista, que também, era
proprietário da empresa, agora de mangas arregaçadas e com extrema habilidade, ia
rapidamente dando um jeito no motor.
Seguimos
viagem, e pasmem, ainda não havia acontecido um único minuto de silêncio dentro
do ônibus e muito menos pausa pra cantoria. Rege a lenda que fui em pé de São
João a Aparecida do Norte apenas pra ficar observando o motorista.
A chegada
foi algo inesquecível, e ainda tenho guardado na memória aquele imenso
estacionamento e suas centenas de ônibus em cores diversas posicionados lado a
lado como se brinquedos fossem.
A
grandiosidade da Basílica, mesmo que ainda em construção, os fogos do meio-dia
e a fé inabalável daquela multidão à nossa mãe Maria também se tornariam
inesquecíveis, como um eterno filme na memória de uma criança.
Crônica:
Serjão Missiaggia
Foto : acervo do autor
Que legal tio Sérgio....chego até me emocionar..tempo q queria ter vivido TB...
ResponderExcluirObrigado, Ane, certamente vc deve ter vivido experiências parecidas, que, quando chegar nos sessentinhas, vai se lembrar com a mesma emoção.
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