sexta-feira, 13 de outubro de 2017

FEDIDOS NO ESPAÇO


Pessoal, como vocês devem ter visto na homenagem que me fizeram no Face, cheguei, graças a Deus, aos meus sessentinhas. Agradeço a Deus porque a saúde, a alegria e a energia continuam intactas. Porém, quando leio o noticiário, percebo-me estranhamente GAGÁ.

Não que eu esteja demente, mas, lendo as notícias e olhando os comentários, muitas vezes odiosos, das pessoas, percebo que estou com sérias dificuldades em lidar com os novos tempos.

Vou dar um exemplo, e peço que não atribuam qualquer intenção ou gesto político ao fato que vou relatar. É só um exemplo de um fato atual e da minha dificuldade em entendê-lo.

O prefeito de uma grande capital instituiu um programa municipal de combate à fome, no qual aproveita sobras de alimentos das indústrias produtoras (que estejam próximos ao vencimento de sua data de validade) para produzir um composto alimentar, um granulado nutritivo, que, segundo a prefeitura, serviria para ser adicionado à alimentação ou mesmo utilizado na fabricação de pães, bolos, massas e sopas.

Embora eu apoie toda campanha de combate à fome, essa iniciativa me pareceu esquisita, pois, em meu julgamento, o tal composto parecia mais uma ração. Vicentino que fui (dizem que a gente nunca deixa de sê-lo), entendo que a alimentação que vai ser distribuída aos pobres não pode ser de qualidade inferior SÓ PORQUE ELES SÃO POBRES.

Além disso, acho que alimentação não são apenas nutrientes, mas inclui o prazer de saborear alimentos frescos, saborosos e saudáveis. E esse tipo de alimentação, mesmo para os pobres, é possível, primeiro porque o nosso país é um dos maiores produtores de alimento DO MUNDO. E, em segundo lugar, porque isso JÁ FOI FEITO, em nível nacional, pois o nosso país recebeu um prêmio da FAO – Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, JUSTAMENTE porque saímos do chamado Mapa da Fome das Nações Unidas.

Pois bem, concluí tudo isso do alto dos meus sessentanos, quando, para meu espanto, leio, nos comentários, várias pessoas falando sobre o assunto, dizendo que o prefeito está certo, que quem está passando fome não tem direito de escolher cardápio, e outros especialistas dizendo que o balanceamento dos nutrientes está correto.

Meio que duvidando da minha capacidade de julgamento, leio agorinha uma entrevista do tal prefeito, na qual ele usa um argumento para detonar com minha percepção: diz ele que essa ração é a mesma que os astronautas comem. Agora é que eu fiquei confuso de vez. Será que ele pretende enviar os pobres para o espaço???

Crônica: Jorge Marin

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