Lendo
aqui a famosa Lista de Fachin, percebo porque as pessoas preferem se afastar da
realidade e ficar em casa assistindo o tal do BBB. Na verdade, não sei qual dos
dois programas apresenta mais baixaria.
Pessoalmente,
prefiro ficar distante do lixo humano, mas, às vezes, é inevitável, pois todas
as redes, todas as mídias, e todos os taxistas não param de falar no assunto.
Vejam o
caso da expulsão de Marcos Harter do zoológico global. Como no episódio do ator
José Mayer, a emissora não poderia soar mais omissa. Dizendo que dependeria de
uma “opinião técnica”, e também do testemunho da vítima (e agora milionária)
Emily, a TV Globo parece ter esquecido que o programa é um REALITY Show, e
preferiu ignorar a realidade.
Ah, podem
se esquivar, dizendo: “mas a própria vítima, em alguns momentos, justificou a
atitude do parceiro, dizendo que ele ‘estava nervoso’”. Mas eu me pergunto duas
coisas: primeiramente, se todo mundo vê hematomas no corpo de uma pessoa, e a
ouve reclamando de dor, há necessidade de um parecer técnico?
O que nos
leva ao segundo questionamento: será que essa pessoa, agredida, não consegue
expressar, bem alto, um sonoro NÃO? E o pior é que, muitas vezes a pessoa vai
se “acostumando” à violência, e sua autoestima fica tão detonada que ela, não
somente deixar de reclamar, como, pasmem, passa a justificar o agressor.
E aqui
abro um parêntese para denunciar outra coisa: parece que as pessoas estão
perdendo a noção do que seria VIOLÊNCIA. E não falo apenas da violência do
homem contra a mulher, mas a violência cotidiana entre seres humanos. Por
exemplo, um empurrão É VIOLÊNCIA, um aperto no braço ou beliscão É VIOLÊNCIA,
um xingamento ou humilhação pública também É VIOLÊNCIA.
E chegamos, finalmente, àquele tipo de
violência que no BBB pode, que é a dominação psicológica. Esse tipo de
violência, pela qual muitas mulheres (até feministas) suspiraram e deram
gritinhos no filme “50 Tons de Cinza”, pode trazer marcas piores do que os
“roxos” das agressões físicas.
No
entanto, no caso da dominação, e no filme havia também a dominação física (o
sadomasoquismo), há um código entre os parceiros que evita que eles se matem.
Esse código é o NÃO. Quando o dominado(a) sente que a dor está muito forte, ou
que pode ameaçar a sua integridade física, ele(a) diz: NÃO! E o que faz o(a)
dominador(a)? Imediatamente, ele(a) PARA.
Então,
fico pensando, se num estado de extrema perversão sexual, o agredido, ou
agredida, é capaz de dizer NÃO, e o agressor, ou agressora, PARA, então temos
muito o que aprender a respeito de VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. E depois ensinar pra
Globo.
Crônica:
Jorge Marin
Foto : O Globo
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