sexta-feira, 14 de abril de 2017

VIOLÊNCIA TEM ATESTADO?


Lendo aqui a famosa Lista de Fachin, percebo porque as pessoas preferem se afastar da realidade e ficar em casa assistindo o tal do BBB. Na verdade, não sei qual dos dois programas apresenta mais baixaria.

Pessoalmente, prefiro ficar distante do lixo humano, mas, às vezes, é inevitável, pois todas as redes, todas as mídias, e todos os taxistas não param de falar no assunto.

Vejam o caso da expulsão de Marcos Harter do zoológico global. Como no episódio do ator José Mayer, a emissora não poderia soar mais omissa. Dizendo que dependeria de uma “opinião técnica”, e também do testemunho da vítima (e agora milionária) Emily, a TV Globo parece ter esquecido que o programa é um REALITY Show, e preferiu ignorar a realidade.

Ah, podem se esquivar, dizendo: “mas a própria vítima, em alguns momentos, justificou a atitude do parceiro, dizendo que ele ‘estava nervoso’”. Mas eu me pergunto duas coisas: primeiramente, se todo mundo vê hematomas no corpo de uma pessoa, e a ouve reclamando de dor, há necessidade de um parecer técnico?

O que nos leva ao segundo questionamento: será que essa pessoa, agredida, não consegue expressar, bem alto, um sonoro NÃO? E o pior é que, muitas vezes a pessoa vai se “acostumando” à violência, e sua autoestima fica tão detonada que ela, não somente deixar de reclamar, como, pasmem, passa a justificar o agressor.

E aqui abro um parêntese para denunciar outra coisa: parece que as pessoas estão perdendo a noção do que seria VIOLÊNCIA. E não falo apenas da violência do homem contra a mulher, mas a violência cotidiana entre seres humanos. Por exemplo, um empurrão É VIOLÊNCIA, um aperto no braço ou beliscão É VIOLÊNCIA, um xingamento ou humilhação pública também É VIOLÊNCIA.

 E chegamos, finalmente, àquele tipo de violência que no BBB pode, que é a dominação psicológica. Esse tipo de violência, pela qual muitas mulheres (até feministas) suspiraram e deram gritinhos no filme “50 Tons de Cinza”, pode trazer marcas piores do que os “roxos” das agressões físicas.

No entanto, no caso da dominação, e no filme havia também a dominação física (o sadomasoquismo), há um código entre os parceiros que evita que eles se matem. Esse código é o NÃO. Quando o dominado(a) sente que a dor está muito forte, ou que pode ameaçar a sua integridade física, ele(a) diz: NÃO! E o que faz o(a) dominador(a)? Imediatamente, ele(a) PARA.

Então, fico pensando, se num estado de extrema perversão sexual, o agredido, ou agredida, é capaz de dizer NÃO, e o agressor, ou agressora, PARA, então temos muito o que aprender a respeito de VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. E depois ensinar pra Globo.

Crônica: Jorge Marin
Foto     : O Globo  

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