Foi acompanhando através da mídia o belo trabalho de reforma do nosso
parque de exposições, juntamente com as primeiras manifestações de entusiasmo e
apoio a esse tradicional evento, que a memória me trouxe a tona novamente aquela
que teria sido a SIMPLICIDADE de nossa primeira exposição.
O ano era 1972 e tudo teria sido muito envolvente. A participação das pessoas havia se
traduzido em algo fantástico.
O calor da população irradiava de tal maneira que a cidade parecia estar se preparando para sediar os jogos olímpicos.
Não havia um lugar, esquinas, colégios, clubes, fábricas, em que o assunto não fosse o mesmo, ou seja, a chegada do grande momento.
Nas semanas que antecediam as primeiras exposições, o local já havia se tornado um imenso canteiro de obras e um verdadeiro ponto de encontros. Pessoas curiosas e felizes acompanhavam cada martelada. Era como se tudo estivesse sendo montado no terreiro da casa de cada um de nós.
Saíamos muitas vezes do colégio e corríamos para lá. Durante o dia, ou mesmo durante a noite, velhos, jovens, crianças, alunos, professores, moradores vizinhos faziam do local uma praça de confraternização. Nada poderia sair errado. Parecia que, inconscientemente, estávamos ali assegurando que tudo aconteceria da melhor forma.
Muitas firmas se fizeram presentes na primeira Exposição, sendo que os boxes eram muito bem organizados e decorados com bom gosto e entusiasmo.Todos se uniram para a beleza e o sucesso da primeira Exposição.
Um delicioso café (Santa Cecília) era distribuído a todos aqueles que
marcavam presença enquanto a Voz de São João, através de uma de suas
impressoras instalada no próprio recinto da exposição, imprimia o mini-Voz de
São João, jornalzinho este que era distribuído gratuitamente.
Tudo era muito simples e rústico, mas de incrível
bom gosto e criatividade. A matéria-prima empregada, principalmente nos
acabamentos, quase sempre era em bambu.
Assim também descreveu Bambino, em sua coluna na
Voz de São João:
“O que impressiona e exalta o nosso
contentamento é de como o São-Joanense participa e demonstra sua valiosa boa
vontade. Quando convocado para as árduas tarefas de interesse coletivo, como
foi na 1ª Exposição; tudo se processou com a infalível prata da casa e o
habitual desprendimento, colocando a cidade à disposição do hóspede, que se
torna sensível aos interesses da Garbosa, numa manifestação simpática pela causa”.
Termino
aqui um pequeno histórico daquela que foi nossa primeira Exposição. Uma festa criada
para o povo, onde a ideia principal era justamente a plenitude de
acessibilidade a todos.
Independente de grandes atrações, tudo acontecia de
maneira gratuita, onde o local se transformava em um ambiente de encontros,
diversão das famílias, brincadeiras e muito mais. Nada contra os grandes shows,
mas, quem sabe, agora, com a ADEQUAÇÃO DO ESPAÇO, se possa tornar viável, numa
determinada época do ano, a realização de eventos alternativos, trazendo com
isso, artistas e bandas de renome e transferindo a portaria paga para estas oportunidades.
Penso eu que, se bem planejadas, poderiam ser um importante captador financeiro
e turístico para o município.
De imediato, achei bastantes sensata e oportuna a
ideia de um internauta, quando, em seu facebook, comentou sobre a possibilidade
de se estipular um dia da semana para portaria ser revertida ao HOSPITAL.
Afinal, se os tempos são outros, temos também, que nos ADEQUAR.
Crônica e foto: Serjão Missiaggia
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