quarta-feira, 19 de abril de 2017

AINDA NOSSO CALÇAMENTO EM PEDRAS


Observando o trabalho de recuperação do calçamento que está sendo realizado pela Prefeitura Municipal em algumas ruas centrais da cidade, gostaríamos de chamar a atenção novamente para o nosso CENTENÁRIO E ARTESANAL CALÇAMENTO EM PEDRAS.  Por sinal, é muito comum depararmos ultimamente com noticiários, dando conta da preocupação de várias cidades, entre elas algumas europeias, para com seus CALÇAMENTOS EM PEDRAS. E isso vem acontecendo não somente na PRESERVAÇÃO, como também na sua RECUPERAÇÃO. Lamentavelmente, devido ao chamado “progresso”, verdadeiras preciosidades estão sendo ocultadas debaixo de outras modalidades de pavimentação.

Seria fantástico se também preservássemos esse nosso PATRIMÔNIO, pois, afinal de contas, ao longo de décadas, foram pedras fixadas ao chão uma a uma por verdadeiros artistas. Além é claro de não esquecermos que, antes, teriam sido cuidadosamente talhadas por outros não menos competentes artesãos. Na oportunidade, chamamos a atenção para os detalhes desse tão despercebido MOSAICO em forma de bandeira no calçamento frente à prefeitura e de outras esquinas da cidade. Se restaurados, ficariam IMPONENTES e ainda mais BELOS!

Acreditamos que, com este tipo pavimentação, a manutenção de nossa rede pluvial e de esgotos ficaria bem mais fácil e possivelmente a custos menores, haja vista que, constantemente, inúmeros buracos são feitos em nossas ruas para se realizar tais trabalhos. Por outro lado também, nosso solo continuaria respirando um pouco melhor, e a impermeabilização não seria tão violenta, principalmente quanto ao escoamento das águas e à oxigenação das poucas árvores que ainda temos.  As inundações urbanas estão aí e não nos deixam mentir. Outra grande vantagem dos pavimentos de bloquetes ou pedras é que, depois de algum tempo aparecem fungos e gramíneas inseridas entre as juntas, ou seja, nas partes que normalmente são preenchidas com areia. Estas colônias de vegetais que aí proliferam podem ser imperceptíveis para muitos, mas, ao contrário do que parece, desempenham funções importantes para o meio-ambiente.
Esses CALÇAMENTOS EM PEDRAS resistem aos séculos e são testemunhos de uma prática eficiente de se urbanizar as cidades e garantir o bem-estar dos moradores. Todos os calçamentos dos tipos paralelepípedos e bloquetes são considerados pavimentos ECOLOGICAMENTE CORRETOS. O calor, se comparado por exemplo a uma cobertura asfáltica, será SEMPRE substancialmente menor e sua manutenção, com certeza, bem menos onerosa.

Quem sabe, num audacioso trabalho de restauração, poderíamos - a médio e longo prazo - ir elevando e recalçando cada rua da cidade?  Principalmente aquelas mais centrais, por sinal as mais antigas. Com certeza, poucos continuarão a reclamar dos buracos, lombadas e trepidações.

Seria interessante, em vez de pensarmos pra futuro em uma mini-usina de asfalto, não se construísse uma indústria de bloquetes? Além de gerar diversos empregos, NÃO POLUIRIA o ambiente. Seria interessante voltarmos a investir na capacitação de profissionais em calçamentos, os famosos calceteiros, pois, além de gerar empregos, essa tecnologia artesanal tão importante não morreria e poderia ser passada de geração em geração.

Que venha o progresso, mas não aquele que nos leva os CORETOS, NOSSAS PRAÇAS, SACRIFIQUE NOSSAS ÁRVORES, QUE NOS ARRANCA A TRANQUILIDADE TÍPICA DO INTERIOR E QUE NÃO SOTERRE, PARA A ETERNIDADE, NOSSO CENTENÁRIO E ARTESANAL CALÇAMENTO!

Crônica e foto: Serjão Missiaggia

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