Deus é um
conceito improvável. Claro! Não há como provar que existe um Deus. Pelo menos
cientificamente.
Mas, meu
filho, diriam meus pais (como já disseram várias vezes), não se trata aqui de
provas materiais. Acreditar em Deus é objeto de fé, é um assunto da CRENÇA de
cada um.
Tá legal,
tá legal. Concordo que seja um assunto mais ligado à fé, contra a qual, aliás,
não tenho nada. Pelo contrário, acho que crer num deus pessoal, que conforta, ama
e explica tudo, é muito útil.
Mas o que
quero falar hoje é o seguinte: por um conceito improvável, já se fizeram
guerras e muitas pessoas já foram mortas. No século XI, multidões chegaram a
atravessar a Europa, de Roma a Constantinopla, e daí, muitas vezes a pé, se
arrastar pela Turquia, Síria e outros locais inóspitos, até chegar a Jerusalém
para assassinar aqueles que não concordavam que Jesus era o salvador supremo.
Bom, mas
voltando ao século XXI, o que percebemos, nas ruas, nas casas, nas redes
sociais e em todo lugar onde pessoas se encontram é que a maioria dos
relacionamentos tem se conduzido de acordo com a CRENÇA, aquela mesma crença
que guiava nossos antepassados para uma morte gloriosa nos cafundós da Palestina.
E como
isso funciona? Não é mais só por motivos religiosos, e funciona assim: eu tenho
uma discussão com um amigo meu. Para não dar outra briga, vamos dizer que é por
causa de comida: ele é adepto da comida natural, e eu adoro fast-food. No final, meu amigo fica
irado, e até me bloqueia no Face, pois diz que eu o desrespeitei.
Quem
vocês acham que tem razão? Provavelmente os dois, porque, na verdade, NÃO
EXISTEM VERDADES SUBJETIVAS, apenas a visão subjetiva de cada um.
Quando
estamos discutindo um assunto (seja comida, política ou religião mesmo), é
praticamente impossível mudarmos de opinião. E sabem por quê? Porque, ainda
hoje, prestamos mais atenção às nossas próprias crenças do que aos motivos que as
sustentam. Isso é uma coisa meio assustadora, pois significa que estamos
perdendo nossa capacidade de sermos lógicos, sensatos e razoáveis.
Assim, ao
invés de mudar (ou não) de opinião quando confrontados com novas provas e fatos
lógicos, preferimos pesquisar no Google ou seja lá onde for, por evidências e
informações que comprovem as NOSSAS opiniões.
Assim
fica difícil. A burrice talvez não seja, afinal de contas, não saber (isso é
ignorância). A burrice passa muito pela certeza absoluta, pela afirmação surda,
e por uma certa falta de humildade.
Crônica:
Jorge Marin
Foto : disponível em http://ideiasnacontramao.blogspot.com.br/2015_12_01_archive.html
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