Vai
chegando o Carnaval e é inevitável que comecem a surgir as polêmicas que
envolvem a festa. Financiar as escolas de samba com dinheiro público ou usar o
dinheiro para a saúde? Botar o bloco na rua onde os moradores não querem ou
desfilar num lugar menos impactante para a comunidade?
O fato é
que, sem nenhuma conotação moral, me arrisco a fazer a pergunta: mas, afinal,
pra que tanta preocupação com o Carnaval?
Imediatamente
sei que vou receber uma chuva de críticas afirmando que o Carnaval é a mais
importante festa popular, é a identidade do povo brasileiro, é um momento de
catarse, de liberação e, portanto, necessário à cultura vigente.
Concordo
que, socialmente, o Carnaval possa até ter a sua utilidade. Afinal, para um
povo sofrido, e cada vez mais sofrido, é natural que a classe dominante permita
algum tipo de válvula de escape, um momento de descompressão.
Mas não
acho que seja uma festa popular assim tão espontânea e natural NOS DIAS DE
HOJE. Atualmente, como ocorre com Natal, Páscoa, Dia das Mães e outras, também
a festa do Carnaval atende, primeiramente, a interesses comerciais.
Dito isso,
não quero ser chato. É, sim, uma festa linda, gostosa, onde as pessoas buscam
promover uma inversão da ordem vigente, liberando o corpo, os gestos, os
remelexos e até mesmo a própria sexualidade.
No entanto,
e por se tratar de um movimento social, é inevitável que a descompressão da
qual falei possa ocorrer de forma descontrolada e até mesmo violenta. Assim,
vocês imaginem o que é ter uma multidão descontrolada em frente à sua varanda
ou na portaria do seu apartamento.
O que nos
leva à questão da ajuda às escolas. Por que, tradicionalmente, os políticos
passaram a subsidiar as escolas? Porque, com raríssimas exceções, os políticos
não têm vontade de atender às periferias. E também porque fica mais barato
ajudar a escola do bairro do que resolver os problemas (gravíssimos) de muitos
locais.
Então,
meus amigos, aproveitem a folia, mesmo que seja num retiro espiritual.
Desliguem-se dos problemas do dia a dia, das polêmicas e das hipocrisias. A
vida é curta. Portanto, como diziam nossos avós: Evoé! Criança eu dizia: “E VOE”.
Crônica:
Jorge Marin
Foto : disponível em http://radiobatuta.com.br/Episodes/view/550
Nenhum comentário:
Postar um comentário