sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

CARNAVAL PARA QUEM PRECISA DE CARNAVAL


Vai chegando o Carnaval e é inevitável que comecem a surgir as polêmicas que envolvem a festa. Financiar as escolas de samba com dinheiro público ou usar o dinheiro para a saúde? Botar o bloco na rua onde os moradores não querem ou desfilar num lugar menos impactante para a comunidade?

O fato é que, sem nenhuma conotação moral, me arrisco a fazer a pergunta: mas, afinal, pra que tanta preocupação com o Carnaval?

Imediatamente sei que vou receber uma chuva de críticas afirmando que o Carnaval é a mais importante festa popular, é a identidade do povo brasileiro, é um momento de catarse, de liberação e, portanto, necessário à cultura vigente.

Concordo que, socialmente, o Carnaval possa até ter a sua utilidade. Afinal, para um povo sofrido, e cada vez mais sofrido, é natural que a classe dominante permita algum tipo de válvula de escape, um momento de descompressão.

Mas não acho que seja uma festa popular assim tão espontânea e natural NOS DIAS DE HOJE. Atualmente, como ocorre com Natal, Páscoa, Dia das Mães e outras, também a festa do Carnaval atende, primeiramente, a interesses comerciais.

Dito isso, não quero ser chato. É, sim, uma festa linda, gostosa, onde as pessoas buscam promover uma inversão da ordem vigente, liberando o corpo, os gestos, os remelexos e até mesmo a própria sexualidade.

No entanto, e por se tratar de um movimento social, é inevitável que a descompressão da qual falei possa ocorrer de forma descontrolada e até mesmo violenta. Assim, vocês imaginem o que é ter uma multidão descontrolada em frente à sua varanda ou na portaria do seu apartamento.

O que nos leva à questão da ajuda às escolas. Por que, tradicionalmente, os políticos passaram a subsidiar as escolas? Porque, com raríssimas exceções, os políticos não têm vontade de atender às periferias. E também porque fica mais barato ajudar a escola do bairro do que resolver os problemas (gravíssimos) de muitos locais.

Então, meus amigos, aproveitem a folia, mesmo que seja num retiro espiritual. Desliguem-se dos problemas do dia a dia, das polêmicas e das hipocrisias. A vida é curta. Portanto, como diziam nossos avós: Evoé! Criança eu dizia: “E VOE”.

Crônica: Jorge Marin
Foto     : disponível em http://radiobatuta.com.br/Episodes/view/550

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