Morre uma
poetisa
E nada
acontece
O mundo
anda
O ônibus
atrasa
E nenhuma
pessoa se toca
Chove uma
chuva fina
E floradas
no outono
Teimosas se
entregam ao vento
A morte
da poetisa
Não é
evento
Nem cerimônia
Ou efeméride
no parlamento
E o corpo
da poetisa morta
Se eleva
leve
Bolhas de
sabão metafórico
Serenos versos
No
entanto, nós
Que estudamos
para entender
A rima
das colmeias
Ou a naturalidade
das crianças
Certamente
iremos chorar
Com algumas
doces e ternas lembranças
Desta
estrela em nosso caminho:
Déa forno
fogão escrita e sonhos
Sonhos que
voltam como ela dizia
E que
sonharemos felizes com certeza...
Poesia:
Jorge Marin
Foto : FatosNet, disponível em http://fatosnet.h-br.com/newversion/index.php/noticias/346-sonhos-que-voltam-11-livro-de-dea-verardo-loures
Parabéns Jorge Marin, muito bonita sua Poesia! Muito bem bolada! Abraços. Edna
ResponderExcluirObrigado, Edna, não sei se vc percebeu, mas grande parte das estrofes são títulos dos livros dela, ou seja, ela construiu frases belas que apenas pegamos emprestado e rearranjamos.
ExcluirEmocionante e emocionado Jorge Marin. Fica até difícil neste momento para todos nós familiares externar com exatidão esta homenagem sincera e grandiosa. Com certeza ela está aplaudindo a beleza poética que lhe é direcionada de forma tão carinhosa, num momento em que todos os fluidos positivos se irmanam nesta despedida. "As pessoas que amamos não morrem jamais. Apenas partem antes de nós!" Em nome da família Verardo Loures a nossa gratidão!
ResponderExcluirNão há o que agradecer, Biel. Quando um poeta morre, diminui muito a nossa capacidade de nos encantar com as pequenas coisas. A poesia da Dona Déa era recheada de objetos e situações simples que, após referidos na poesia, assumem ares de tesouros. O que eu fiz foi recolher esses conceitos, pequenos tesouros, que ela nos revelou. E agradecer. Abraço fraterno a todos!
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