A gente
volta e meia demoniza o Facebook, mas o que eu tenho a dizer sobre o assunto é
que EU ADORO.
Acho que
a ferramenta virtual substitui aquele papo que, antigamente, tínhamos na fila
da Congeladora, do Açougue do Celso, da Padaria do Manezin, lembram?
O que faz
uma comunidade é um discurso comum, não um pensamento comum, que a gente sabe
muito bem que é utopia. O discurso comum não é falar a mesma coisa, mas fazer
aquilo que hoje parece impensável: um ouvir o outro!
Dia desses,
estando eu numa dessas filas virtuais, comecei a passear pelos meus posts
favoritos. Primeiro, vou no Face do Bellini, depois no Marcelo Oliveira. Aí, já
energizado pelas belezas de flores e paisagens revigorantes, começo a visitar
os “encrencas” iguais a mim.
De
início, deparei-me com o comentário de duas amigas queridas que comentavam sobre uma
postagem compartilhada pela filha de uma delas, falando sobre um compositor
brasileiro que, dizia a matéria, iria embora do Brasil se determinada
ocorrência política acontecesse.
Naturalmente
indignadas pelo que parecia uma chantagem do compositor, elas expressavam também
o seu inconformismo. Fã incondicional do compositor, e movido APENAS pela minha
paixão, argumentei educadamente que aquela ameaça deveria ser uma invenção, uma
maldade, uma fofoca.
Foi o
bastante para que surgissem, de outros amigos da minha amiga, as seguintes
frases:
- “Filho
da puta. Demorô”
- “Ainda
tem MORTADELA que defende”
- “Para
puta que pariu, não precisamos de você”.
Independente
de terem sido as frases dirigidas ou não a mim, pensei: vou lascar também uma
boa lista de palavrões. Mas aí me lembrei que estava no Face dessa moça a quem
eu prezo e respeito, e conversando com duas amigas de longa data. Fazer o quê?
Retirei a postagem.
No
entanto, confesso a vocês que meu coração ficou cheio de ódio. E quero dizer
que eu não tenho nenhum problema em odiar. Por outro lado, fiquei triste
porque, voltando àquela analogia das antigas filas de São João, pensei que, se
naquele tempo os ânimos fossem tão exaltados, e as pessoas te rotulassem por
ter uma opinião diferente da delas, viveríamos nos estapeando.
Não sou
tão idiota a ponto de achar que isso vai acabar, mas acredito, do fundo do meu
coração meio odioso e meio amoroso, que devemos, pelo menos com as pessoas com
as quais convivemos (ainda que virtualmente), ser um pouco mais EDUCADOS. Eu já
estou começando por mim mesmo.
Crônica:
Jorge Marin
Foto:
compartilhada no Face da Renée Cruz
Muito bem ! É isto mesmo amigo Jorge, precisamos cuidar de nossos palavreados também na internet. Podemos expressar nossas opniões com educação e respeito. Abraços, Edna
ResponderExcluirObrigado, Edna. Quando eu coloco um comentário, me sinto como se estivesse na sala de estar da pessoa. Por isso, quando acontecem esses acidentes de percurso, sinto muita raiva, mas, ao mesmo tempo, fico sem graça. Aprendemos isso com nossos pais. Mas, que bom ser assim!
Excluir