sexta-feira, 8 de abril de 2016

FAZENDO INIMIGOS NO FACE


A gente volta e meia demoniza o Facebook, mas o que eu tenho a dizer sobre o assunto é que EU ADORO.

Acho que a ferramenta virtual substitui aquele papo que, antigamente, tínhamos na fila da Congeladora, do Açougue do Celso, da Padaria do Manezin, lembram?

O que faz uma comunidade é um discurso comum, não um pensamento comum, que a gente sabe muito bem que é utopia. O discurso comum não é falar a mesma coisa, mas fazer aquilo que hoje parece impensável: um ouvir o outro!

Dia desses, estando eu numa dessas filas virtuais, comecei a passear pelos meus posts favoritos. Primeiro, vou no Face do Bellini, depois no Marcelo Oliveira. Aí, já energizado pelas belezas de flores e paisagens revigorantes, começo a visitar os “encrencas” iguais a mim.

De início, deparei-me com o comentário de duas amigas queridas que comentavam sobre uma postagem compartilhada pela filha de uma delas, falando sobre um compositor brasileiro que, dizia a matéria, iria embora do Brasil se determinada ocorrência política acontecesse.

Naturalmente indignadas pelo que parecia uma chantagem do compositor, elas expressavam também o seu inconformismo. Fã incondicional do compositor, e movido APENAS pela minha paixão, argumentei educadamente que aquela ameaça deveria ser uma invenção, uma maldade, uma fofoca.

Foi o bastante para que surgissem, de outros amigos da minha amiga, as seguintes frases:
- “Filho da puta. Demorô”
- “Ainda tem MORTADELA que defende”
- “Para puta que pariu, não precisamos de você”.

Independente de terem sido as frases dirigidas ou não a mim, pensei: vou lascar também uma boa lista de palavrões. Mas aí me lembrei que estava no Face dessa moça a quem eu prezo e respeito, e conversando com duas amigas de longa data. Fazer o quê? Retirei a postagem.

No entanto, confesso a vocês que meu coração ficou cheio de ódio. E quero dizer que eu não tenho nenhum problema em odiar. Por outro lado, fiquei triste porque, voltando àquela analogia das antigas filas de São João, pensei que, se naquele tempo os ânimos fossem tão exaltados, e as pessoas te rotulassem por ter uma opinião diferente da delas, viveríamos nos estapeando.

Não sou tão idiota a ponto de achar que isso vai acabar, mas acredito, do fundo do meu coração meio odioso e meio amoroso, que devemos, pelo menos com as pessoas com as quais convivemos (ainda que virtualmente), ser um pouco mais EDUCADOS. Eu já estou começando por mim mesmo.

Crônica: Jorge Marin
Foto: compartilhada no Face da Renée Cruz

2 comentários:

  1. Muito bem ! É isto mesmo amigo Jorge, precisamos cuidar de nossos palavreados também na internet. Podemos expressar nossas opniões com educação e respeito. Abraços, Edna

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado, Edna. Quando eu coloco um comentário, me sinto como se estivesse na sala de estar da pessoa. Por isso, quando acontecem esses acidentes de percurso, sinto muita raiva, mas, ao mesmo tempo, fico sem graça. Aprendemos isso com nossos pais. Mas, que bom ser assim!

      Excluir

BRIGADU, GENTE!

BRIGADU, GENTE!
VOLTEM SEMPRE, ESTAMOS ESPERANDO... NO MURINHO DO ADIL