sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

MENOS ÓDIO EM 2016!


Preocupa-me o ódio.

Mês passado, um grupo de colegas aposentados me parou na porta da loteria para questionar minhas posições políticas.

“A gente sabe que não adianta tentar mudar a sua posição porque você é ‘de esquerda’ mesmo, e a gente ‘até’ respeita a sua opção, MAS...”

E, na esteira desse MAS, fui obrigado (ou melhor, permiti-me) ouvir um bando de asneiras sobre “reportagens” da revista Veja, e alguns slogans contra o governo, algumas bravatas do tipo prendo-e-arrebento de triste memória.

À medida que eu ia me tornando mais tranquilo, buscando argumentar com aqueles conhecidos, mais eles me acusavam, chegando a me chamar de tolo, inocente e outras coisas parecidas. Ou seja, queriam me doutrinar. Explicar o quanto eles e as pessoas que eventualmente eles apoiavam eram DO BEM, e as pessoas que eu, inocentemente, havia apoiado eram DO MAL.

Por isso, preocupa-me o ódio.

Porque o ódio não é somente um terrorista que te abraça e te explode dentro de uma lanchonete americana. O ódio é, acima de tudo, uma pessoa que se julga O ESCOLHIDO, O ILUMINADO, O ABENÇOADO e que, porque julga que você não é nada disso, quer porque quer te mudar.

Isso vale para a política, para a religião, para questões de gênero e até para questões familiares. Nas festas de fim de ano, por exemplo, é muito comum um parente que mora fora vir dizer: “olha, meu amigo, eu não tenho nada com isso não, MAS...” E lá vem o ódio travestido de bons conselhos.

Por isso, minha gente, o que eu gostaria de ver em 2016: menos pessoas certas, boas, bem-comportadas e limpinhas dizendo em quem devemos votar, ou para qual deus rezar, ou com quem fazer sexo, ou como viver nossas vidas.

Espero um 2016 raso, seco, rico em emoções e pobre em conversa fiada, rico em ouvir com atenção e pobre em falar sem pensar. Um 2016 mais reflexivo e menos verborrágico, mais culto e menos espetacular, mais sério e menos moralista.

Um 2016 cheio de lucidez, para mim e para todos vocês!

Crônica: Jorge Marin

Um comentário:

  1. Ótima equação: mais sensatez e menos estupidez!
    O mundo anda tão complicado... Desnecessário criar mais problemas.

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