sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

E SE EU TIVESSE DESFILADO NO ESPLENDOR DO MORRO?


Depois que publicamos aquela foto do Trombeteiros no BLOG, recebemos muitas manifestações de pessoas que ali viveram fortes emoções. Alguns manifestam sua alegria diretamente no Facebook, de forma clara ou através de risinhos nervosos (kkkkk, rsrsrs), outros nos enviam mensagens inbox ou e-mails.

Numa dessas mensagens, um antigo companheiro de atividades em São João, faz uma pergunta em tom amargurado: “e se eu tivesse desfilado no Esplendor do Morro?”. Não é uma pergunta estética, do tipo “Esplendor ou Avenida”, “Trombeteiros ou Democráticos”. Não. A pergunta aqui é em tom existencial.

Conta o meu amigo que todos os seus colegas estavam se preparando para desfilar na escola de samba, mas ele estava se preparando para um concurso da empresa onde viria a trabalhar e onde (recentemente) se aposentou. Aí bateu aquela dúvida cruel: desfilar ou estudar?

Sempre muito aplicado nos estudos, destaque entre os alunos do Grupo Coronel José Braz, meu amigo, que se orgulhava de ser chamado de “ajuizado” pelos pais dos outros colegas, fez o que dele se esperava: não desfilou. O resultado, mais ou menos lógico, de tal escolha foi: ele passou no concurso da tal empresa, esteve fora de São João por um longo tempo, casou-se, constituiu família, retornou recentemente à terrinha, e hoje, com aquilo que os doutores chamam de “depressão leve”, resolveu questionar suas escolhas.

Primeiramente, uma dúvida pessoal que algum leitor pode ajudar a resolver: como é que se pesa uma depressão? Será que é numa balança de precisão, no caso, “precisão” no sentido de carência?

Bom, mas o meu amigo me questiona se, tivesse ele desfilado no Esplendor, teria hoje os problemas que tem e as dificuldades por que passa. Respondo, de primeira: não, é claro que não! Se você tivesse desfilado no Esplendor, ou sido reprovado no concurso, ou ficado em São João, ou não casado, com certeza, não teria os problemas que tem!

Mas... teria problemas diferentes! Isso também com certeza.

Problema mesmo é acharmos que, se não tivéssemos feito determinada coisa, estaríamos livres de problemas. A vida, meus amigos, é 99% constituída de problemas, de desafios, de dissabores e conversa fiada. O 1% pode ser muito bom, fantástico, delicioso, mas... passa rápido.

Assim sendo, a resposta que dou ao meu amigo é: se você vem se angustiando porque acha que a sua vida não tem sido boa porque não desfilou no Esplendor, coloque AGORA sua fantasia e desfile! Vista de mulher! Vá para o Barril! Ou, simplesmente, fique em casa! Viver cansa, eu sei, mas não dói!

Crônica: Jorge Marin

Um comentário:

  1. Penso que a vida sempre terá problemas e desilusões, em maior ou menor grau. Na impossibilidade de superá-los ou contorná-los, resta-nos mudar de ares (e problemas) estando na mesma cidade ou numa diferente.
    E vamos tocando a vida, com foco e gratidão no positivo das coisas...

    ResponderExcluir

BRIGADU, GENTE!

BRIGADU, GENTE!
VOLTEM SEMPRE, ESTAMOS ESPERANDO... NO MURINHO DO ADIL