Ainda
antes de terminarmos com esta seção sobre “meninices”, não tive como deixar de
lembrar outro fato interessante que aconteceu ali no inesquecível BECO (Rua Carlos Augusto
da Veiga), conhecido ainda hoje como o Beco do amigo Arruda.
E foi
justamente no terreiro de sua casa que um episódio, um tanto dantesco, veio
acontecer.
Tudo
começou logo após acabarmos de assistir àquele desenho animado do Popeye e
irmos brincar no terreiro. Éramos três, e, como não poderia deixar de ser,
incorporar o velho marinheiro Popeye e suas aventuras era o grande barato do
momento.
Foi
quando, de cima de uma goiabeira, pude perceber que um de meus coleguinhas, ao
se aproximar do canteiro da dona Terezinha, começou a comer desvairadamente uma
quantidade enorme de folhinhas de espinafre. Acredito que a intenção era ver “in
loco” o efeito mágico daquela hortaliça.
Naquele
momento, outro amiguinho, após atravessar a cerca de bambu que limitava com o
terreiro de sua casa, apareceu carregando uma enorme e resistente corda
bacalhau. Em seguida, aquele que estava
comendo o espinafre, abraçou-se ao tronco de um pé de manga e, com imponência e
ares de super- herói, disse para aquele que chegou carregando a corda:
- Agora
pode me amarrar!
E foi o que
aconteceu, ou seja, enquanto nosso projeto de Popeye ainda comia as últimas folhas
que havia carregado no bolso, várias voltas com aquela resistente corda eram
dadas em seu corpo. Como toque final, um baita nó cego.
Bem... as
primeiras tentativas em vão de se escapulir dali já anunciavam que algo de
muito errado deveria haver com o espinafre da dona Terezinha, ou, na pior das
hipóteses, que a quantidade ingerida não teria sido suficiente. Arranques pra cá,
solavancos pra lá, e vários vermelhidões pelo corpo já começavam a trazer certo
desespero ao heróico prisioneiro.
O
espinafre não fazia efeito e muito menos a corda se afrouxava. Arrebentar então,
nem pensar!
Como a coisa não se manifestava, o nosso maldoso, porém bem intencionado Brutus, simplesmente atravessou a cerca e foi embora. Alguns tímidos pedidos de socorro já começavam a ecoar debaixo da velha mangueira naquela tarde noite de domingo.
Como a coisa não se manifestava, o nosso maldoso, porém bem intencionado Brutus, simplesmente atravessou a cerca e foi embora. Alguns tímidos pedidos de socorro já começavam a ecoar debaixo da velha mangueira naquela tarde noite de domingo.
Como eu
já imaginava que sair dali seria apenas uma questão de tempo, ou não, me
despedi e cacei também o rumo de casa. Enganei-me redondamente, pois, somente
no outro dia, é que ficaria sabendo que o nosso jovem Popeye teria sido
encontrado quase duas horas depois.
Detalhe: amarrado, apavorado e com um monte de folhas
de espinafre ainda no bolso.
Crônica e
foto: Serjão Missiaggia.
kkkkkkkkkkkkkkkkkk..... Rachei de rir aqui gente
ResponderExcluirQue triste desilusão!
ResponderExcluirSe fosse nos dias de hoje, com essa criançada tão bem informada juridicamente naquilo que lhes convém, talvez até rolasse um processo contra o Popeye por propaganda enganosa e/ou indução à lesão corporal, ou outros termos pomposos.
Nos dias atuais, provavelmente pela sua silhueta esbelto-raquítica, a heroína da história seria a Olívia Palito, justamente por não comer nada, nem espinafre.
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