sexta-feira, 28 de novembro de 2014

FORMAS (INEVITÁVEIS) DE MUDAR O MUNDO


Às vezes, temos muito presente em nós essa sensação de que temos uma missão a cumprir, e, assim que o tempo vai passando, começamos a nos questionar se, afinal de contas, vamos passar nossa vida “em branco”.

O que não nos damos conta é que estamos, o tempo TODO, modificando o mundo ao nosso redor e, em contrapartida, o mundo também nos modifica o tempo todo.

Alguns dirão: Ah, mas eu pensei que somente as pessoas importantes modificavam o mundo, tipo o Luther King, o Gandhi ou a Madre Teresa de Calcutá. E, por conseguinte, também o Hitler, o Herodes e o Pinochet, por exemplo, no outro lado.

Então, é bom saber uma coisa: a pessoa mais importante do mundo é você mesmo! E isso não por orgulho ou egoísmo, mas sim pelo fato de que toda a valorização, para o lado positivo ou negativo, do mundo, se dá segundo a nossa percepção. Eu coloquei do “lado negro” ali em cima um general chileno, mas poderia ter colocado qualquer um dos nossos generais da época do golpe militar. No entanto, o que foi um mal, na MINHA percepção, ou seja, aquilo que gerou em MIM um afeto negativo, foi aplaudido, reverenciado e exortado numa manifestação popular em São Paulo há umas três semanas.

Política à parte, o que se percebe é que, queiramos ou não, estamos o tempo inteiro mudando e sendo mudados pelo mundo. Mesmo aquele que diz: vou para uma praia deserta, passarei a minha vida apenas admirando o mar, ainda assim irá, talvez, produzir atrás de si uma duna. Poderão, no futuro, organizar expedições turísticas à Duna do Alienado.

O fato é que a vida está aí e, enquanto estamos elucubrando a melhor forma de vivê-la (segundo não sei quê padrão de perfeição), ela (a vida) vai nos comendo pelas beiradinhas igual sopa, enquanto esfriamos. Alguém pergunta: então, não há esperança? Digo que não, porque viver a vida na esperança de dias melhores significa também viver a vida com temor de dias piores.

Assim, desesperados, porém aliviados da missão de ter que fazer algo, só vivemos. E, na leveza do vento que venta sempre da mesma forma, aprendemos a perceber o que nos desacostumamos de observar: árvores, pássaros, corpos atraentes, luz natural. E, mais do que modificar, acabamos por criar um mundo novo: o nosso mundo!

Crônica: Jorge Marin
Foto     : Jan_Clickr, disponível em https://www.flickr.com/photos/studiojan/

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

PROPAGANDA ENGANOSA


Ainda antes de terminarmos com esta seção sobre “meninices”, não tive como deixar de lembrar outro fato interessante que aconteceu ali no inesquecível BECO (Rua Carlos Augusto da Veiga), conhecido ainda hoje como o Beco do amigo Arruda.

E foi justamente no terreiro de sua casa que um episódio, um tanto dantesco, veio acontecer.

Tudo começou logo após acabarmos de assistir àquele desenho animado do Popeye e irmos brincar no terreiro. Éramos três, e, como não poderia deixar de ser, incorporar o velho marinheiro Popeye e suas aventuras era o grande barato do momento.

Foi quando, de cima de uma goiabeira, pude perceber que um de meus coleguinhas, ao se aproximar do canteiro da dona Terezinha, começou a comer desvairadamente uma quantidade enorme de folhinhas de espinafre. Acredito que a intenção era ver “in loco” o efeito mágico daquela hortaliça.

Naquele momento, outro amiguinho, após atravessar a cerca de bambu que limitava com o terreiro de sua casa, apareceu carregando uma enorme e resistente corda bacalhau.  Em seguida, aquele que estava comendo o espinafre, abraçou-se ao tronco de um pé de manga e, com imponência e ares de super- herói, disse para aquele que chegou carregando a corda:
- Agora pode me amarrar!  

E foi o que aconteceu, ou seja, enquanto nosso projeto de Popeye ainda comia as últimas folhas que havia carregado no bolso, várias voltas com aquela resistente corda eram dadas em seu corpo. Como toque final, um baita nó cego.

Bem... as primeiras tentativas em vão de se escapulir dali já anunciavam que algo de muito errado deveria haver com o espinafre da dona Terezinha, ou, na pior das hipóteses, que a quantidade ingerida não teria sido suficiente. Arranques pra cá, solavancos pra lá, e vários vermelhidões pelo corpo já começavam a trazer certo desespero ao heróico prisioneiro.

O espinafre não fazia efeito e muito menos a corda se afrouxava. Arrebentar então, nem pensar!

Como a coisa não se manifestava, o nosso maldoso, porém bem intencionado Brutus, simplesmente atravessou a cerca e foi embora. Alguns tímidos pedidos de socorro já começavam a ecoar debaixo da velha mangueira naquela tarde noite de domingo. 

Como eu já imaginava que sair dali seria apenas uma questão de tempo, ou não, me despedi e cacei também o rumo de casa. Enganei-me redondamente, pois, somente no outro dia, é que ficaria sabendo que o nosso jovem Popeye teria sido encontrado quase duas horas depois.

Detalhe:  amarrado, apavorado e com um monte de folhas de espinafre ainda  no bolso.

Crônica e foto: Serjão Missiaggia.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

CASOS CASA(RÔES) & seus detalhes misteriosos


QUEM CONHECE ALGUMA HISTÓRIA SOBRE ESSE CASARÃO ???

CASARÃO DA SEMANA PASSADA - Dona Reneé Cruz, uma das "doutoras" em São João Nepomuceno, já resumiu o casarão da semana passada: "antigamente era a casa do sr. Gastão Ladeira, na esquina da subida do Largo indo pra Rua Nova".

O Luiz Carlos Moura (Bonzão) lembrou que o Elir, filho do sr. Gastão, ficava o dia inteiro na varanda ali naquela esquina das ruas Péricles de Mendonça e Joaquim Murtinho.

A Sônia Maria Barbosa Mendonça e o Marcelo Oliveira lembraram-se de outro detalhe: as flores de tecido que a Dona Menininha, esposa do sr. Gastão fazia divinamente. A Sônia também faz questão de lembrar do querido amigo Paulo Ladeira, o Bete que, por sua vez, é lembrado pelo Jorge Marin como seu "irmão de armas", o 31.

Foto: Serjão Missiaggia.

CASOS CASAS & mistério


QUE LUGAR MARAVILHOSO É ESSE EM SÃO JOÃO ???

ACERTADORES DA SEMANA PASSADA - Maninho Sanábio e Marcelo Oliveira foram os únicos que conseguiram identificar aquela foto emblemática tirada na Praça Carlos Alves. O Maninho ainda deu a descrição que nem o fotógrafo se lembrava: "a foto foi tirada lá da ponta da praça, perto do antigo Hibisco". Segundo o Marcelo, aquela é a casa da Dona Verinha cabeleireira, ao lado da delegacia civil.

Foto: Serjão Missiaggia.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

QUANDO A VIDA NÃO ERA COMPLICADA


Costumo dizer que a “nossa” geração (referindo-me aqui aos nascidos entre 1955 e 1969 mais ou menos) tem passado muitos apertos. Antes disso, a vida era bem menos complicada, pois, a exemplo dos seres ditos naturais, as pessoas faziam exatamente aquilo que delas se esperava: assim a totalidade das respostas para os problemas da vida encontrava-se em algum manual de conduta, seja a Bíblia, ou a tradição familiar, chegando até os regulamentos escolares e, após 1964, aos preceitos da Educação Moral e Cívica.

Não digo que era melhor ou pior, mas, com certeza, era mais fácil. Entre as dúvidas cruéis que hoje assolam os nossos filhos, como, por exemplo, a escolha da profissão, “naquele” tempo era tranquilo: se a pessoa era muito rica ou muito pobre, certamente seguiria a profissão do pai. Explico: filho de médico, por exemplo, ainda hoje tida como uma profissão rentável, certamente iria seguir os passos do pai e se tornar médico. Por outro lado, um filho de pedreiro que, antigamente, era uma profissão humilde, dificilmente chegaria a completar o quarto ano de grupo e seguiria os passos do pai.

No campo amoroso, então, era tudo muito fácil: moças se casavam virgens (conceito pouco compreendido por pessoas nascidas depois de 1980 – vide Google) com rapazes bem intencionados que, jovens, queriam prosperar em seus empregos estáveis e, pasmem, constituir família!

De repente, fruto da “decadência dos costumes” como dizem uns, ou pela morte de Deus decretada por Nietzsche pouco antes de surtar de vez, o fato é que, de uma hora para outra, passamos a ter que “nos virar”. Havia um programa na TV Tupi que chamava Papai Sabe Tudo, mas a televisão parou de exibi-lo e, jovens, achávamos que os velhos não sabiam mesmo de nada.

O problema é que o tempo passou, nossos velhos se foram, tornamo-nos céticos demais para aceitar velhos manuais, ou orgulhosos demais para reconhecer certas sabedorias familiares. E o que nos restou? Angústia!

Adaptando um pouco o pensamento do filósofo Schopenhauer que era uma espécie de doutor em angústia, podemos afirmar que nossa vida é um filme de aventuras onde a gente morre no fim, ou um filme de comédia em que morremos no fim, ou um romance em que morremos no fim, ou mesmo um filme cerebral sueco em que também morremos no fim. A boa notícia é que, atualmente, podemos dirigir esse filme. A má notícia é que as cenas não podem ser refilmadas.

Assim, cadáveres adiados que procriam, como nos definia Fernando Pessoa, vamos seguindo em frente. Talvez a nossa grande descoberta hoje seja a de que podemos, sem manuais ou, pior, com milhões deles, cometer os mesmos erros que nossos pais cometeram, ou erros diferentes, e até mesmo alguns acertos.

Escrevendo esta crônica, recebo um e-mail do compadre Serjão dizendo que um sabiá laranjeira fez o ninho em seu pé de caqui. O sabiá não erra, pensei, e o caqui continua vermelho como sempre.

Crônica: Jorge Marin
Foto     : Mah Nava, disponível em https://www.flickr.com/photos/14302299@N05/6918454908/

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

CASOS DE ASSOMBRAÇÃO


Ainda pegando uma carona nos causos de criança, numa dessas noites de setembro, enquanto da varanda de minha casa observava o bailar das folhas ao vento rolando pela rua, fiquei a lembrar de quando, reunidos com a turminha na calçada e sentados geralmente debaixo de um daqueles postes de ferro da antiga Companhia Força e Luz com suas lâmpadas incandescentes que nem tanto clareavam, ficávamos brincando de contar casos de assombração ali no Beco do Arruda. E isso, muitas vezes, esticava até um pouco mais tarde da noite, sendo que, naquela época, o horário de 22 horas era a nossa referência de tarde da noite.

Época da chegada das primeiras televisões em algumas casas da vizinhança, fazendo com que, geralmente no horário da novela, o local já se transformasse numa pequena cidade fantasma, onde pessoas desapareciam como passe de mágica e automóvel somente vez ou outra.

Pés descalços, quase sempre sem camisas e de olhos arregalados, ali ficávamos horas e horas escutando os mais variados e arrepiantes casos. Entre eles o do Lobisomem, Almas Penadas, Saci-Pererê, Caveiras do Cemitério e outros. Confesso que esta tal de MULA SEM CABEÇA é que me tirava do sério, principalmente quando cada qual tomava o rumo de casa, e eu teria que ir embora sozinho.  Nessa hora, simplesmente fechava os olhos e, saindo em disparada pelo centro da rua, iria abri-los somente quando entrasse em casa.                                                                             

Confesso que passar próximas àquelas sinistras bananeiras do terreiro do Nico Ferreira, com suas imensas e assustadoras folhas balançando sobre a cerca de bambu e caídas para lado do Beco, não era fácil não. Ainda pior eram minhas imaginárias alternativas de conseguir escapar de uma possível emboscada da tal mula ali na travessia da pequenina ponte que existia sobre o Stidum.

Enquanto isso, naquelas ruas ainda sem calçamento, os estranhos redemoinhos de poeiras ficavam a dançar ao vento, servindo de coadjuvantes, num pueril e imaginoso cenário de terror.

Um bom banho, e, após assistir o anuncio da TV alertando aos pais que o horário não era permitido para menores de 12 anos, ia dormir feliz da vida, pois, afinal de contas, tínhamos certeza de que no outro dia, é claro, depois da lição de casa, tudo novamente começaria.

Crônica: Serjão Missiaggia
Foto     : Parlim, disponível em http://parlim.blogspot.com.br/2009_10_01_archive.html .

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

CASOS CASA(RÕES) & seus detalhes misteriosos


QUEM SE LEMBRA DE ALGUM DETALHE DESSE CASARÃO ???

CASARÃO DA SEMANA PASSADA - A casa da Pracinha do Coronel publicada na semana passada foi logo reconhecida pelo Marcelo Oliveira que afirmou ser a casa do Dr. Moysés. O Luiz Carlos Moura disse que, antigamente, essa casa pertenceu ao Dr. Brás e depois ao Adil. A Paulette Marie Strogoff Barroso disse, que, só de ver o portão e o jardim, matou a charada de que a casa é a da Marlene.

Mas foi o Finéias Rodrigues quem fez uma proposta digna de registro. Segundo ele, "a praça do Coronel, com seu conjunto arquitetônico, Trombeteiros, Força e Luz, Democráticos, casas adjacentes ainda restantes, e seu calçamento, é digna de ser preservada como um patrimônio para as futuras gerações".

Foto: Serjão Missiaggia

CASOS CASAS & mistério


QUE LUGAR É ESSE EM SÃO JOÃO ???

ACERTADORES DA SEMANA PASSADA - Juliana Lanini, Marcelo Oliveira, Paulette Marie Strogoff Barroso e o Maninho Sanábio reconheceram a casa do saudoso Dr. Írio Vieira Lima.

Foto: Serjão Missiaggia

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

JÁ NÃO SE FAZEM MAIS HISTÓRIAS DO BRASIL COMO ANTIGAMENTE


Estava tomando o ponto do meu filho hoje de manhã. Aliás, “tomar o ponto” já dá bem a dimensão da idade do tomador de ponto. O assunto, fascinante (eca!), era o papel dos escravos nas lavouras de café no Brasil do século XVIII. Como era matéria de uma prova do quarto ano primário (hoje ensino fundamental), pensei: ah, é moleza, e comecei a questionar o moleque.

Começamos pela Lei Eusébio de Queirós e eu pedi para explicar a importância da lei (que proibiu o tráfico de escravos no Brasil). Meu filho foi taxativo: a lei foi só pra inglês ver. Como assim, questionei: a lei proibiu o tráfico de escravos no Brasil. E ele, da imponência dos seus nove anos, confirmou: foi pra inglês ver mesmo, pois na época das leis a Marinha Inglesa estava atacando todos os navios negreiros que passassem pela frente. Então, pai, não foi esse Eusébio aí que proibiu, foi a Inglaterra.

Conferindo no livro que ele estava certo, pigarreei e passei para a Lei do Ventre Livre. Que maravilha, falei, essa foi boa, pois libertou todos os filhos de escravos. Meu filho corrigiu: é, mas só depois dos 21 anos, o que quer dizer que os caras teriam que trabalhar até 1892. Isso me causou uma profunda tristeza pois me lembro que, no primeiro ano do ginásio, fiz uma redação rasgando elogios ao Visconde do Rio Branco.

Caçando nos cantinhos da memória alguma outra lei, me lembrei daquela dos Sexagenários e pedi que ele falasse dessa lei. Foi uma lei que também não serviu pra nada, pai. Você imagina que, depois de trabalhar igual animal a vida inteira, poderia existir algum escravo vivo com mais de 65 anos?

Não sei o que me causou mais revolta: eu ter acreditado que todas essas leis eram bacanas, ou o fato do meu filho, no quarto ano, ser mais esperto do que eu. Ferido em meu orgulho de sabichão, perguntei: já que você sabe tudo, por que é que a Inglaterra resolveu detonar todos os navios negreiros? Ele olhou pra mim e falou: discuti isso com os meus colegas (foi um trabalho de equipe que a professora deu) e a conclusão que chegamos foi que não foi por pena dos africanos porque os ingleses não tinham pena de ninguém. E você, pai, sabe por quê?

Engraçado que eu também não sabia. Olhamos juntos no Google e descobrimos que o real motivo foi a concorrência no preço do açúcar, que os britânicos também exportavam. Não falei? – disse ele.

Meu Deus, criei um monstro, pensei. Ou pior, um sociólogo.

Texto: Jorge Marin

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

MEU CARRINHO DE ROLIDEIRA 2 - O desafio de Interla(R)gos


Interessante como esses causos de infância mexem com todos nós e, de certa forma, também nos distraem. Algo assim como se fizéssemos uma pequena viagem no passado e sentíssemos novamente um pouquinho daquelas felizes sensações e emoções que um dia tivemos.

Depois da última postagem, pasmem, andei recebendo alguns e-mails de amigos pedindo que não deixasse de contar como teria sido esta outra descida com meu saudoso irmãozinho Beto Preto na garupa.  E é o que tentarei fazer agora...

Então, como havia dito na postagem anterior, infeliz momento foi aquele em que meu amigo Beto cismou em querer descer em minha garupa. Ainda mais numa época em que desconhecíamos totalmente aquela elementar e básica lei da física que relaciona peso x velocidade.

Desta vez, em circunstância daquela minha última e desastrosa descida, adaptei, por questão de segurança, um segundo freio no carrinho. Um de cada lado. Foi quando meu amigo Beto chegou dizendo que seria lestrete poder descer junto comigo, e que um dos freios poderia ficar somente por conta dele. Seu argumento de imediato me convenceu e, não tendo como negar, pedi que se acomodasse, pois iríamos partir.

Foi aí que percebemos que duas pessoas jamais caberiam sentadas num mesmo carrinho. Até caberiam, mas, como acomodar as pernas? Foi quando ele me pediu pra descer agachado. Até então nunca havia visto isso, mas como sempre há uma primeira vez...

Partida dada e lá fomos nós morro abaixo.

Meio que parecida com a vez anterior, a velocidade alcançada já nos primeiros metros era tanta, que meu copiloto, gritando e já ameaçando pular fora, pedia desesperadamente para que eu parasse. Não menos apavorado, e sem saber como fazê-lo, não pensei outra coisa a não ser puxar com toda força aquela engenhoca chamada de freio. Foi quando percebi que, devido ao peso, nem cocegazinhas aquilo faria.

Ainda no meio do trajeto, e com a aceleração só aumentando, meu amigo já prevendo um final não muito feliz, me travou pela cintura, enquanto com a outra mão tentava, já em pânico, puxar com toda força aquele bendito freio, que fazia tudo menos diminuir a velocidade.

Já quase de frente à casa de nosso saudoso amigo Moacir Ângelo Ferreira, uma carroceria de camionete saindo da garagem da referida residência começou repentinamente a atravessar o passeio. Nem que houvesse um ABS em meu carrinho teria conseguido parar, tal a velocidade em que já estávamos. Foi quando, meio que no instinto, joguei o carrinho pra fora do passeio. Devido ao peso e à incrível pancada na calçada, o eixo esquerdo veio a partir em dois, nos deixando totalmente sem controle. 

Já sem uma das rodas, e perdendo de vez a estabilidade, saímos encasquetados e desgovernados para o meio da rua, arrastando, pulando e batendo queixo mais uma vez naqueles “malditos” bicos de papagaio.  Abro aqui um pequeno parêntese pra dizer que esse artesanal e centenário CALÇAMENTO EM PEDRAS do largo da Matriz, além de fatos espalhafatosos como este, têm muitas outras histórias importantes a nos contar.   Mas, voltando ao causo, atravessamos como foguete para o outro lado, enquanto o pedaço do eixo quebrado com uma das rodas seguia tranquilamente rolando morro abaixo.

Sorte nossa foi um monte de areia em frente à casa do Sr. Quincas, pois nele é que fomos parar. Por sinal, de maneira bastante hilária, onde meu parceiro e copiloto Beto, de tão apavorado e sem dar uma palavra sequer, além de não destravar de minha cintura, insistia em continuar segurando firmemente em uma das mãos, o pedaço do freio que havia se soltado ainda no início da descida. Mas o difícil mesmo viria depois, quando, no momento do banho, conseguir retirar aquela areada toda, que ficou estacionada nos buracos da orelha, nariz, umbigo, e coisa e táli...

Crônica e foto: Serjão Missiaggia

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

CASOS CASA(RÕES) & detalhes misteriosos


ALGUÉM CONHECE ALGUMA HISTÓRIA SOBRE ESSE CASARÃO ???

CASARÃO DA SEMANA PASSADA: aquela casa maravilhosa, localizada entre a casa do Silveleno Picorone e o Beco do Gás foi, de imediato, reconhecida por várias pessoas: Marcelo Oliveira, Renée Cruz, Luiz Carlos Moura, Patrícia Paula Diego Silva, Fineias Rodrigues e a dona Maria Ângela Ayupe Resende que ainda acrescentou alguns detalhes: a casa era da Dra. Consuelo Sarmento que doou-a aos seus sobrinhos, filho do Dr. Roberto Sarmento. Trata-se, segundo ela, de uma casa com piscina, jardim, horta e pomar.

O detalhe triste foi apresentado pela Dona Renée Cruz que afirmou que a casa está prestes a ser vendida e, possivelmente, demolida. Torcemos para que uma solução alternativa, que não a simples demolição da casa, possa ser viabilizada, pois é uma parte muito bela da história arquitetônica de São João.

Foto: Serjão Missiaggia

CASOS CASAS & mistério ???


QUE LUGAR É ESSE ???

ACERTADORES DA SEMANA PASSADA: A foto tirada da casa ao lado da Igrejinha de Nossa Senhora Aparecida roi reconhecida por: Aline Costa, Maninho Sanábio, Marcelo Oliveira e pelo padre Nei Ângelo Furtado Moura que reconheceu que aquela casa é o seu sonho de consumo, por ser, segundo ele, "a casa mais bonita e bem localizada de São João".

Foto: Serjão Missiaggia

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

ODIAR


Há algumas semanas, o Serjão publicou aqui no BLOG uma crônica chamada AMAR que, na época, eu chamei de hino tal a qualidade do texto e a carga emocional do conteúdo. Trocando ideias com alguns leitores, classifiquei o trabalho de altamente subversivo.

Explico: nos dias atuais, vocês imaginam um jornal ou revista de grande circulação com uma manchete do tipo “aproveite a vida e viva feliz”? Ou “amigos músicos se encontram para tocar violão e cantar”? No entanto, “amigo é baleado por outro na saída da balada” é manchete na certa! Aliás, esta foi uma manchete da semana passada do jornal O Globo.

Então, o que é isso que acontece com a gente que faz com que AMOR não seja matéria de primeira página, e sim o ÓDIO? Para entender, tentem publicar, como nós fazemos, algumas postagens no Facebook, com a foto de alguma paisagem ou alguma cena romântica. O máximo que vão conseguir de comentários é um “legal”, ou “kkkkk”, essas coisas. No entanto, se publicarem algo do tipo “sou a favor da pena de morte no Brasil” ou “pela redução da idade penal”, qualquer uma das duas postagens terá, no mínimo, uns cinquenta comentários, a maioria deles irados. E mais: culpando alguém e dando lição de moral.

Isso acontece porque é muito mais fácil unir as pessoas através do ódio do que do amor. Jesus Cristo, quando foi submetido ao julgamento popular, foi, não apenas preterido na escolha com Barrabás, como agraciado com gritos e mais gritos de uma galera ensandecida dizendo: crucifica-o, crucifica-o!

No entanto, se perguntarem a nós, sanjoanenses de primeira hora, se há muito ódio na cidade, responderão: “imagina, somos um povo humilde, ordeiro, hospitaleiro e manso”. Ou seja, o ódio está sempre nos outros, lá no Rio, ou no Afeganistão.

Talvez essa dificuldade de aceitar o ódio, o nosso próprio ódio, aquele que irrompe quando uma pessoa passa na nossa frente na fila, ou quando um maluco nos dá uma fechada no trânsito, ou mesmo quando um motoqueiro detona o nosso espelho retrovisor, aí nessa hora dizemos que, absolutamente, somos criaturas isentas de ódio.

Mas, por que adoramos sentar horas em frente à televisão para assistir UFC, baixarias no BBB, ou grosserias nos programas de pegadinhas dito humorísticos? Sobre as preferências políticas, então, não vou nem me manifestar pois, como são 50 milhões de cada lado, vou passar num corredor polonês levando pancada por todo lado.

Esta crônica é apenas para nos lembrarmos disto: cada um de nós tem em si, além da alardeada e incensada capacidade de amar, também: ódio, raiva, inveja, ciúme e grosseria. Reconhecer isso não significa que se deva exercitar todas essas emoções. Mas é um exercício de humildade, de atenção, de paciência e de sabedoria.
Crônica: Jorge Marin

Foto     : Sigrun Hectorsdottir, disponível em

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

DIGNO DE APLAUSOS


Ao encontrar-me dias atrás na padaria com o educador físico Júlio, não pude deixar de parabenizá-lo pelo belo trabalho que vem desenvolvendo aqui na Pracinha do Chafariz, frente à sua animada turminha da melhor idade.

Aproveitei o momento para pedir permissão para que pudesse fazer uma foto e assim, juntamente com algumas poucas linhas, poder postá-las no Blog. Muito solícito, passou-me de imediato alguns dados e assim permitiu.

É muito legal, já nas primeiras horas das manhãs de segundas e sextas-feiras, podermos acordar com aquela energia tão positiva e um alto astral sem igual vindos da referida pracinha. Tenho propriedade para dizer, pois, afinal de contas, os quartos de minha casa ficam a pouco mais de dez metros do local.
Um momento de oração antecipando as atividades sempre acontece, para, após um breve aquecimento, serem iniciadas as aulas pelo jovem instrutor. Enfim, uma verdadeira ALGAZARRA DO BEM.

São em torno de 80 pessoas que, disciplinadamente, se fazem presentes ao local. Inicia a movimentação por volta das sete da manhã para terminar quase duas horas depois. Assíduos e sempre animados, “faça sol ou faça chuva” a presença é garantida.

É um trabalho desenvolvido em parceria com a Prefeitura Municipal, onde, vez ou outra, diferentes iniciativas são também incluídas, das quais podemos destacar: viagens, jogos e outros tipos de recreação etc.

Já quase terminando as atividades, uma boa performance nos aparelhos de ginástica que se encontram instalados na pracinha sempre acontece, além, é claro, de uma boa prosa.

E assim, após mais uma manhã alegre e descontraída de recreação, observo que a galera vai se dissipando aos pouquinhos, sempre aparentando deixar pra trás um sabor gostoso de quero mais. 


Crônica e foto: Serjão Missiaggia

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

CASOS CASA(RÕES) & detalhes misteriosos


QUEM SABE ALGUMA COISA SOBRE ESSE CASARÃO ???

CASARÃO DA SEMANA PASSADA - Somente o Antônio José Calegaro reconheceu aquele casarão da parte alta da Rua Coronel José Dutra, quase na subida do São José.

Foto: Serjão Missiaggia.

CASOS CASAS & mistério???


QUE LUGAR É ESSE ???

ACERTADORES DA SEMANA PASSADA: Só o Maninho Sanábio acertou aquela casa na Rua Getúlio Vargas, onde funciona a Secretaria de Educação, Cultura Esporte e Lazer. Era a antiga casa do sr. Nilo Rocha, famosa por suas pastilhas multicoloridas.

Foto: Serjão Missiaggia.

BRIGADU, GENTE!

BRIGADU, GENTE!
VOLTEM SEMPRE, ESTAMOS ESPERANDO... NO MURINHO DO ADIL