segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

CASOS CASAS & detalhes



 Conversando com o meu filho (eu sempre aprendo alguma coisa daqueles sete anos e meio de vida), ele me confidenciou que não entende bem como é que faz para mandar uma carta pelo correio.  Comecei a explicar e logo surgiu a pergunta:
- Pai, o que é que é SELO?
Quando me dou conta que, há menos de vinte anos, íamos diariamente ao Correio mandar cartas, quase não acredito que uma criança no ensino fundamental não saiba o que é selo.  Mas, se formos pesquisar a fundo, talvez a maioria nem saiba o que é CARTA.
Aí, veio aquela necessidade de relembrar esse lugar que já foi MÁGICO pra nós, do século passado, a AGÊNCIA DOS CORREIOS.
No caso de São João, o Correio é um local estratégico: saíamos do Ginásio e íamos direto pra lá, azarar umas gatinhas, contar vantagem e falar besteira.
Se a discussão do futebol estava acalorada e o Sô Cida fechava a sinuca (e ele fechava, pontualmente, às onze horas), lá íamos nós... para o Correio.
Agora, não tinha nada melhor do que passar com a namorada e, de repente, esconder da chuva... no Correio.  Tinha gente que até rezava pra São Pedro!
Numa ocasião, um presidente do Lions Club chegou para o chefe da autarquia, e perguntou:
- Edson, eu tenho vários convites para o jantar do Lions, mas estou achando que a expedição está muito cara!  Será que você não poderia dar um desconto no selo? Olha que são mais de cem convites!
Educadamente o Edson respondeu:
- Não, Sr. Fulano, infelizmente não podemos dar desconto no selo.
Ao que o irado presidente ameaçou:
- Então eu não vou mandar UM ÚNICO convite!
E o Edson, com toda paciência, respondeu:
- Então TÁ...

Fotos: Serjão Missiaggia
Texto: Jorge Marin

6 comentários:

  1. Edson do caso seria meu pai? Edson dos Reis Moura

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    1. Sim, é o Edson, que, no nosso imaginário, ficou sempre eternizado como o Edson Carteiro.

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  2. Antes não existiam essas grades e uma parada obrigatória quase sempre acontecia no degrau daquela varanda principalmente, quando alguma chuva, pegava as pessoas desprevenidas na rua. Pra ali a galera corria e os papos rolavam até tarde da noite.

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  3. Bom, mas se até o Coronel José Braz foi libertado, quem sabe a moda pega?

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  4. Realmente, era um lugar privilegiado. Ponto de encontros de namorados e amigos. Quantas vezes eu e minhas amigas ficávamos assentadas ali num longo bate papo .
    Quanto às cartas... era emocionante receber uma. Namorado longe... e a espera...Quando o carteiro chegava nosso coração disparava. Abrir uma carta era uma das mais gostosas sensações experimentadas por aqueles que sentiam saudades.

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  5. Cara! Lembrei-me agora de uma coisa que marcou pra caramba, não só a mim, como a um monte de gente. Eram as famosas cartas enviadas aos diversos CONSULADOS. Por sinal, todas elas idênticas e quase sempre escritas de próprio punho. Somente, trocávamos o nome do país no envelope. Às vezes ficávamos semanas aguardando ansiosos por uma resposta, que geralmente, viria acompanhada de lindas fotografias, selos, revistas etc. Como se esquecer do barulho daqueles imensos envelopes que eram jogados pelo carteiro na varanda. Uma MAGIA que infelizmente se perdeu no tempo principalmente, em circunstância de uma evolução tecnológica sem precedentes. Semana passada, caminhei pelas ruas de Pozzoleone (Cidade de meus avos na Itália) através do Google Maps. Quanta facilidade, mas confesso ter sentido saudade do barulho dos ENVELOPES na varanda.

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