sexta-feira, 7 de outubro de 2011

PAULINHO JÁ VAI ALI 3 - DISPINGUELADO

Foto publicada no site http://nerdfighters.ning.com/group/oddlyrandomnerdfighters/forum/topics/your-randomly-awesome-desktop?commentId=1833893%3AComment%3A4071604&groupId=1833893%3AGroup%3A1790814

Na semana passada, Paulinho havia me chamado pra dar um “pulinho” até Argirita. Pensei que ele estivesse brincando e saí rindo, falando que ia assistir uma corrida na TV. Mas o Paulinho estava falando sério. Quando o assunto é viajar na bike, ele sempre leva as coisas muito sério.
Pensei: será que ele ficou magoado? Aí, enquanto andava pela rua a caminho de casa, pensei comigo mesmo: vou voltar!
Ao chegar, comentei o fato com minha esposa. Disse a ela o quanto gostaria de ter tido uma boa prosa com ele. Sempre me divirto muito com seus causos e outra oportunidade como esta, provavelmente, só depois de mais um século. E olhe lá!
Mas, como eu teria que ainda voltar à rua pra comprar jornal, procurei retornar ainda mais rápido. Minha esperança era de ainda encontrá-lo. Infelizmente não foi possível e, da mesma forma que surgiu, novamente desapareceu.
Minha intenção era, entre umas e outras coisas, a de pedir permissão pra escrever algumas linhas sobre ele no Blog. Sei, com certeza, que terá muitos causos de viagens pra nos contar. São leves, muito dos quais já tive até a oportunidade de escutar.
Lembro-me bem quando, ali sentados no murinho do Adil, veio me contar da vez em que ia pedalando sossegadamente por uma dessas estradinhas vicinais, quando, de repente, apareceram numa curva, dois imensos cachorros da raça fila. “Encasquetados”, vieram até babando pro meu lado. Gelei de vez. Fiquei parado que nem estátua! Não passava uma “agúia” encerada. Latindo e rosnando, pareciam querer me comer vivo. Doideira é que chegaram do meu lado e só ficaram olhando, ou seja, os dois olhando pra um e um olhando pros dois. Nada se mexia. E assim ficaríamos por quase uma hora, até quando apareceu um fazendeiro e os chamou. Passei o maior “cangaço”! - completou ele.
Numa outra vez, vinha de Coronel Pacheco e descia “dispinguelado” aquele morro do Geo, me distraí ao olhar pra um açude que estava cheio de patinhos (adoro esses bichinhos), perdi o controle e, antes de cair no asfalto, cortei a cabeça no guidão.
Num sei onde é que eu estava com o juízo em ficar apreciando a natureza a quase 100 km por hora! - concluiu.
Aí, com um corte na cabeça e um pouco tonto, meio que assim abobado, me levantei. Só sei que fui rejeitando um monte de caronas. Não queria abrir mão de voltar pedalando. Pior foi quando cheguei e vi que a casa estava toda trancada. Eu queria entrar de qualquer jeito e o mais rápido possível. Meu estado tava meio esquisito. Nesta hora é que fui perceber que, além de ter deixado pra trás alguns pedaços de bicicleta, havia também perdido minha penca de chaves.
Aí, não tive outro recurso a não ser começar a dar pontapés na porta a torto e a direito. Já estava meio escuro e, imaginando que pudesse ser um ladrão, teve uma vizinha que ficou tão apavorada, que começou a gritar ameaçando chamar a policia. Quebrei a porta e entrei. Somente depois de três dias é que fui ao pronto socorro pra fazer curativo na cabeça.
NA SEMANA QUE VEM: capítulo final, uma história inacreditável, a viagem da qual o Paulinho não gostou.
Fui...

(Crônica: Serjão Missiaggia)

Um comentário:

  1. Êta Paulinho decidido! E bota decidido aí! Moço valente e corajoso. Não sei porque de São João não saem patrocinadores para pessoas com este tipo de garra para transformá-las em campeãs. Ontem , no Jornal Nacional, apresentaram um mineiro que está terminando sua volta ao mundo de bicicleta. Começou há três anos e agora está voltando. Passou por Teófilo Otoni , segue esta semana para Diamantina e terminará em Belo Horizonte. Visitou vários países. Virou fotógrafo durante a viagem, está participando de um filme e escrevendo um livro. Ficou famoso.

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BRIGADU, GENTE!

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