Um leitor
publicou, na semana passada, vídeo no Face de uma dupla chamada Control+N, que
discute, de forma colorida e divertida, a situação dos homens ditos afeminados.
Longe do
glamour, e mais perto da realidade, participei de palestra numa faculdade
de Juiz de Fora, onde tomei conhecimento da história de um aluno, vindo de uma
cidade vizinha que, ao assumir perante a família sua homossexualidade, foi
expulso de casa pelo pai que afirmou preferir vê-lo morto do que gay.
Esse moço
foi para Juiz de Fora, onde começou a trabalhar num colégio infantil, área mais
compatível com o seu curso. No entanto, também aí, nova surpresa: alguns pais,
sabendo da opção sexual do estagiário, sugeriram à diretoria o seu afastamento,
tipo “não tenho nada contra ele não, mas não me sinto à vontade sabendo que o
meu filho fica em companhia de uma pessoa desse tipo”.
Quem
acompanha minhas crônicas sabe que não sou de levantar bandeiras. Mas, pera aí
gente. Estamos no século XXI, temos informação bastante pra saber que um
homossexual é tão somente uma pessoa que se sente atraído por pessoas do mesmo
sexo. Só isso. Não é automaticamente pedófilo. Não fica transando o tempo todo.
E não perde o profissionalismo em virtude de sua sexualidade.
Fico pensando
aqui comigo: o que é que tanto se teme no convívio com um gay? Será que, ao
rejeitá-lo, muitas vezes até de forma violenta, não o estamos fazendo para renegar
algum aspecto de nossa personalidade que não temos coragem de assumir?
Por que é
tão importante isolar uma pessoa por sua opção sexual? Muitas vezes, um ator
ganha um prêmio, e um jornal noticia “ator gay ganha o Oscar”. Por que a forma
com a qual uma pessoa faz sexo é relevante para nomear um juiz, escalar um
jogador de futebol ou mesmo votar num candidato? Um dos postulantes a Presidente
da República pagou há pouco tempo um dano moral de R$150 mil por afirmar, na
TV, que jamais teria filhos gays porque ele sempre deu uma boa educação.
Aliás, é
na educação que a coisa tem ficado ainda mais esdrúxula, com a aprovação, em
diversas cidades do país, mesmo com parecer contrário do Supremo Tribunal
Federal, de leis que proíbem aos professores discutir, nas salas de aula,
qualquer discussão relativa a gênero e orientação sexual.
E, mesmo
que a homossexualidade fosse o “grande inimigo” da raça humana, será que não
falar sobre o assunto iria ajudar às crianças? E uma política de perseguição e
extermínio de gays (como atualmente se pratica de forma velada) não conduziria
esses indivíduos a se enrustirem e a se misturarem cada vez mais aos homofóbicos
de plantão?
Crônica:
Jorge Marin
Foto : disponível em https://www.candeiasmix.com.br/2017/cultura-e-lazer/famosos/21778/bailarina-faustao-afirma-gravida-pabllo-vittar.html
acho afeminado lindos
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