O
caso aconteceu em Sete Lagoas, mas poderia ter acontecido em qualquer cidade do
interior de Minas. Reforço a qualificação “de Minas”, porque o mineiro tem uma
habilidade particular e, ao mesmo tempo, geral, de contemporizar seus conflitos
de forma bem-humorada, embora alguns digam que essa característica está com os
dias contados.
Aliás,
é preocupante a forma pela qual algumas pessoas mineiras do século XXI resolvem
seus conflitos. É sempre na base do xingamento, da porrada e até mesmo ficando
“de mal” no Face ou, deus-me-livre-e-guarde, bloqueando no Zap.
Mas,
vamos ao causo! Chegando no Detran da cidade para renovar sua carteira de
habilitação, que nós, mineiros, chamamos de CARTÊ DI MOTORIS, um fotógrafo foi
repreendido pela MOÇA lá, que é como chamamos a auxiliar administrativa:
-
Ô MOÇO, pode
sorrir não, SÔ!
-
MÉQUIÉ?
-
OCÊ riu no
retrato - esclareceu ela.
-
I U QUI QUI TEM?
- perguntou ele.
-
É que NUM pode,
né. Tá no regulamento.
O
fotógrafo protestou, pediu pra ver o tal regulamento, a moça disse que NUM
podia MOSTRÁ, pois era um documento interno. A mulher do moço começou a se
incomodar, pediu pra ele fechar a cara, ele achou um BISURDO.
Como
a fila GARRÔ, as pessoas começaram a dar pitacos: uns achavam que que a pessoa
tinha que parecer séria na foto pra fazer cara de bandido, pois aí era mais
fácil pra polícia identificar. Mas quem falou que todo bandido é sério? E o
CURINGA?
A
esta altura o fotógrafo já estava explicando pra gerente, uma mulher feia e
mal-humorada, que essa coisa de não sorrir era uma recomendação que os
retratistas faziam antigamente, quando as fotos eram tiradas naquelas chapas
enormes (ficou com medo de falar daguerreótipos e ela não INTENDÊ), que era pra
pessoa não ficarem de boca torta durante a exposição da foto.
BÃO,
pra INCURTÁ a história, o fotógrafo assinou um Termo de Responsabilidade e
tirou a foto sorrindo.
Depois
de divulgada a história, um grupo de deputados mineiros pensaram até em fazer
uma lei regulamentando o sorriso, mas, sabem como é: mineiro é um bicho danado
de orgulhoso. Depois que o político mineiro mais famoso, que queria ser
Presidente e tudo, foi denunciado por corrupção e, o que é pior, foi solto,
DUVI-DE-O-DÓ que tenha algum mineiro querendo sorrir.
Crônica:
Jorge Marin
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