quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

A ESTREIA DO PITOMBA


Deixando um pouco esta polêmica do carnaval de lado, e aproveitando o recente contato imediato de um dos componentes do Pitomba com o pessoal da Sony Music, gostaria de relembrar nossa divertida estréia. O famoso e inesquecível PEGA no Operário em 1972.

Mas antes, gostaríamos de explicar o que seria “Dar um Pega”. Este termo era muito usado na época quando, durante um baile com uma determinada banda, esta dava uma canja pra que outro conjunto subisse ao palco e tocasse algumas musicas.

Naquela oportunidade, estava rolando um baile com o N5 (antigo Cobrinhas) e a outra banda, pasmem, era... “nóis”.

Pra não fugir à regra, alguns fatos hilários aconteceram naquela noite, e, entre tantos, citaremos alguns.

   Nely Gonçalves, vendo que todos os componente do Pitomba estavam 
   presentes  no baile, interrompeu repentinamente uma das  músicas,  e
   anunciou para a  multidão a chegada de um novo grupo musical na cidade:
- Agora, apresento prá vocês, a nova sensação musical.!!! O grupo...
  Pitombaaaaaaaa!!!!!

Nosso técnico em eletrônica, que na época era também solista da banda, um tanto apavorado e não acreditando no que estava acontecendo, subiu rapidamente ao palco e se escondeu atrás da aparelhagem. 

Enquanto isso, nosso contrabaixista ficava aos gritos, pedindo para que ele mostrasse o corpo ou pelo menos o rosto, pois, do contrário, ninguém tocaria (tudo sob risos e aplausos de uma galera de fãs que delirava).

Um de nossos back-vocals desapareceu misteriosamente do clube, deixando sobrar, para os quatro componentes restantes, a difícil missão de descascar o abacaxi da estreia.

Nosso vocalista e também guitarrista, numa demonstração surpreendente de coragem, após dirigir-se sozinho para frente do palco, pegou a guitarra e começou a regular a altura do pedestal e microfone.

A seguir, numa breve olhada para trás, certificando-se que ninguém mais havia fugido, avisou que iria dar seu sinal pra começar... Haja Gin Tônica!
Ainda teríamos que aguardar alguns minutos até que nosso solista, mesmo sentado, fosse arrastado, com cadeira e tudo, mais para frente do palco.

Assim, após todos estarem em seus lugares, nosso vocalista, dando mais uma olhada para trás, disse ao baterista:
- É agora ou nunca!!!!! - A seguir, começou a cantar, com toda empolgação NO ONE TO DEPEND ON.

Uma grande galera delirava, aplaudia e dançava sem parar. A segunda música tocada na apoteótica apresentação  foi EVERYTHING’S COMING OUR WAY, seguido de IMAGINE, MY WORLD, SOMETHING e, para finalizar, WITHOUT YOU.

Outro fato interessante que aconteceu naquele baile foi a presença maciça de quase todos os músicos profissionais da cidade. Para piorar a nossa situação, ainda ficariam sentados próximo ao palco. Possivelmente admirados, talvez, pela nossa aparente coragem, para não dizer cara de pau.

E assim, a partir daquela noite, oficialmente nasceria aquilo que FOI SEM NUNCA TER SIDO! O Pitomba.

Crônica: Serjão Missiaggia
Foto     : acervo do autor

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